quarta-feira, dezembro 21, 2005

Debates Presidenciais

Concluiu-se ontem, com o debate Dr. Cavaco Silva Vs Dr. Mário Soares, uma série de 10 debates com vista ao esclarecimento do cidadão eleitor quanto ao candidato que melhor perfil apresenta para desempenhar o cargo mais alto da nação - Presidente da República.
Foram debates interessantes e esclarecedores de bastantes pontos de vista sendo que os dois mais relevantes para este grupo terão sido o de ontem à noite, já referido, e o debate entre o Dr. Mario Soares e o Dr. Manuel Alegre.
O primeiro devido a estarem à mesa os dois canditatos mais mediaticos, por serem apontados como os dois principais candidatos, por terem exercido o seu respectivo cargo durante mais tempo desde o 25 de Abril, por se situarem num plano de opiniões muito distinto e ainda por serem dois relevantes representantes da politica portuguesa. Foi um debate aceso, com Dr. Mário Soares na ofensiva (como aliás se mostrou em todos os debates), dominado essencialmente pelas referências ao passado politico de ambos os candidatos e pelas criticas ao mesmo.
Mário Soares fez bastantes referências à posição de Cavaco Silva por achar que este, pelas promessas eleitorais e pelos assuntos que trazia, confundia a posição de PR com a de PM e inquiriu-o sobre o que pensava fazer para exercer as funções do PM como PR. Referiu ainda que o candidato Social Democrata tinha vergonha do partido e que o País não precisava de um Economista no cargo, mas sim de um Politico. O canditado socialista referiu que a governação de 10 anos do Prof. Cavaco Silva foram em "tempo de vacas gordas" devido aos esforços da Governação do Partido Socialista com Mário Soares como chefe de Governo.
Cavaco Silva revelou que estava disposto a colaborar com o actual Governo no sentido de reduzir os problemas e a crise nacional e que o seu lado Economista era uma mais valia para a resolução de várias questões e que também tinha muita experiência no campo da governação, experiência essa era adequada ao canditatura que apresentava e ao cargo que pretendia exercer.
O segundo debate devido a serem dois candidatos oriundos do mesmo partido politico, partido esse que o NES/FDL apoia e está ligado. Foi um debate semelhantemente (ou talvez mais) morno com, mais uma vez, o Dr. Mário Soares com constantes ataques ao candidato independente referindo que o Dr. Manuel Alegre deveria abdicar de exercer as funções de deputado na AR, que se deveria desvincular do partido e ainda que a sua posição de se candidatar sem o apoio do Partido Socialista era um tremendo erro.
Manuel Alegre fez referência à idade de Mário Soares, à sua anterior Presidência da República e às ideias defendidas por este.
Estes debates foram realizados em altura de pré-campanha, sendo por isso a sua informação um pouco restrita, mas, no entanto, foi certamente esclarecedor sobre os principais pontos que devidem e unem os canditatos Dr. Mário Soares apoiado pelo Partido Socialista, Dr. Jerónimo de Sousa apoiado pelo Partido Comunista Português, Dr. Franciso Louçã apoiado pelo Bloco de Esquerda, Dr. Cavaco Silva apoiado pelos partidos Partido Social Democrata e Partido Popular e, por último, Dr. Manuel Alegre como candidato "independente".
Posto isto interessa saber as opiniões dos membros do NES/FDL e de qualquer interessado sobre os debates, sobre as opiniões dos candidatos e sobre as questões que cada um defende.

6 Comments:

à s 21 de dezembro de 2005 às 14:15, Blogger Flecha Ruiz escreveu...

Muito suncintamente...infelizmente ñ tive oportunidade de ver todos os debates e por isso não posso ter uma opinião formada de quem foi claramente o vencedor! Posso no entanto ter uma opinião formada de quem NÃO FOI...o Dr. Mário Soares!
O debate que está mais fresco é, naturalmente, o de ontem e foi com algum pesar que notei o Dr. Mário Soares muito nervoso e muito pouco cordial ou seker bem educado com o candidato social democrata. Sempre a intervir quando o Professor estava a falar sem o deixar terminar a sua intervenção, sempre a insistir em que Cavaco mostrasse e justificasse as suas ideias, sem que o próprio Mário Soares apresentasse as suas, constantes referências ao tempo de governação de Cavaco Silva nas "vacas gordas"..estratégia para enervar?? Talvez, mas se era ñ resultou! O Dr. Mário Soares era claramente o mais nervoso.
Mas o pior foi a falta de educação do Dr. Mário Soares ao falar do candidato que estava ao seu lado referindo-se como "ele quer...ele fez...ele etc..." a utilização de "Ele" é por certo uma forte desconsideração visto k não era uma conversa de café ou muito menos uma referência a uma terceira pessoa ausente!
O Dr. Mário Soares iniciou a sua intervenção dizendo que não ofendia nenhum candidato mas foram várias as vezes que referiu o Professor Cavaco Silva como "economista mediocre" chegando a dizer que, a prepósito de uma reunião de economistas para aconselhar Maário Soares sobre a ingressão na então CEE, "reuni um conjunto de Economistas por certo melhores que ele". Até pode ter toda a razão mas há que ter um certo tom!O Dr. Mário Soares foi, em todos os debates, como que um terceiro moderador.
Foi um debate onde pouco se ouviu as ideias do candidato do PS, mostrando este maior preocupação em atacar Cavaco Silva que em refutar as ideias e apresentar melhores.
O debate foi marcado pelas referências ao passado e pouco projecção para o futuro.
Neste último considerou bem a questão da confusão do Dr. Cavaco Silva entre o cargo de PM e PR e assim como a hipotese levantada pelo professor em relação à demissão do Governo e à dissoulução da AR.

Num modo geral os debates foram bem conduzidos e pontualmente eslclarecedores de vários pontos, como a OTA, o TGV ou o desemprego e a crise nacional. No entanto e penso que devido a uma fase de pré-campanha, notou-se alguma contenção nas palavras dos candidatos.
Resta-nos saber, aquando da campanha, o que cada um realmente procura fazer.

 
à s 21 de dezembro de 2005 às 18:05, Blogger PedroSilveira escreveu...

Bem antes de mais quero elucidar todos os visitantes do blog do NES/FDL da posição oficial do Núcleo acerca das presidenciais. Na última reunião acordámos adiar a discussão do tema para mais tarde: era muito cedo,a pré-campanha mal tinha começado,os candidatos ainda não tinham sequer apresentado todos os seus pontos de vista,não estávamos (também por isso) em condições de tomar uma posição com argumentos firmes e não apenas baseada em antipatias ou simpatias pessoais.Com o recomeço das aulas marcarei uma reunião com este tema na ordem do dia.

Depois queria dizer que esta discussão em torno do apoio presidencial é salutar na medida em que o NES/FDL é um grupo de pessoas, é a expressão comum de uma pluralidade de opiniões,convicções,posturas.A postura oficial será no entanto mais contida na medida em que representamos uma estrutura que tem apoiado firmemente o candidato Mário Soares.

Quanto à análise dos debates e da pré-campanha em tewrmos muito gerais devo salientar:

1 - Cavaco Silva tem feito uma pré-campanha reservada,convicto de que vai ganhar e qpelando constantemente ao centro esquerda e mesmo à esquerda (ciente que tem o centro direita e a direita assegurados). Tenho-o criticado constantemente pela maneira como geriu ou deixou gerir a sua aparição pública (sebastianista e quase endeusada) e como deixou criar à sua volta um conjunto de pessoas que apela constantemente à subversão do regime,ao reforço do presidencialismo (Rui Machete e Pinto Balsemão são alguns).Mas acima de tudo critico aquilo em que ele baseia essencialmente o seu discurso - a retoma económica, o cessar da crise, o fim do desemprego.Tanto vocês como eu sabem que um PR não tem esses poderes.Até o Governo está condicionado nessa matéria (dependendo fundamentalmente de privados e da conjuntura internacional) quanto mais o PR.Nesse aspecto acho que a "agressividade" POLÍTICA de Mário Soares neste último debate foi importante.Cavaco não soube desatar o nó que ele próprio tinha dado durante a pré-camapnha.Não soube como explicar o que é o PR estar ao lado do Governo; o que é cooperação estratégica; quem decide para onde quando diz "remar para o mesmo lado";etc. Apesar de alguns abusos na minha opinião Soares esteve bem nesse ponto. Em detrimento da apresentação de algumas ideias próprias mostrou que as de Cavaco são impraticáveis e enganosas e, logo, demagógicas.

2 - Mário Soares tem feito uma campanha activa, baseada em imensas actividades com jovens e participando em muitos debates sobre o ensino superior (a nossa área preferencial), o último dos quais eu estive presente.Tem tido como principal alvo Cavaco mas também Alegre, o que achei um erro.Mas esta agressividade é essencial na sua estratégia tal como é a do silêncio de Cavaco (que não me viram criticar).Penso que lhe está a correr muito bem a pré-campanha, o que mostra também a grande subida em todas as sondagens.

3- Manuel Alegre tem sido na minha opinião um pouco repetitivo nesta pré-campanha.Baseado sempre nos mesmos bandeiras (como a independência partidária),já ouvi palavras como "Pátria", "Cidadania","supra-partidário" da boca de Manuel Alegre uma quantidade de vezes.No entanto é notável a maneira como organizou um conjunto de cidadãos por todo o país que oapoiam fervorosamente.A crecente descida nas sondagens penso que é natural.Aliada à falta de uma autêntica máquina partidária, faltam-lhe também,na minha opinião, a capacidade de se distanciar da ideia de que se candidatou por "birra".

4- Jerónimo de Sousa tem-me surpreendido.Quer em debates quer em discursos de pré-campanha, tem sido coerente e muito sério.Depois de ler atentamente o seu manifesto talvez tenha colocado as minhas expectativas demasiado baixas,já que é um manifesto de candidato a Primeiro Ministro e não a Presidente da República.No entanto, apesar de por vezes exagerar nas críticas ao Governo e a Cavaco, a verdade é que tem conseguido fazer passar a mensagem de que seria um PR defensor da cosntituição, defensor aplicado dos direitos sociais e políticos.

5- Louçã é um homem de ideias.Concorde-se ou não com elas, a inteligência deste político é enorme.O seu manifesto à primeira vista também demasiado executivo,é na verdade um conjunto de preocupações que qualquer PR deve ter como essenciais na sua acção (como por exemplo a defesa da sustentabilidade do sistema nacional de pensões).Os debates correram-lhe, na minha opinião, bem mas a sua maneira de fazer pré-campanha é, como Jerónimo, atacar o governo, o que não deixa de ser um enorme contrasenso para um candidato a moderador e equilibrador de todos os órgãos de sobrania nacionais.

Este é o meu balanço neste momento.Apesar de já ter o meu apoio presidencial definido há muito guardaria a sua revelação para quem ainda não o sabe para a reunião do NES/FDL. Exortava-os a fazer o mesmo, sem prejuízo de expressarem as vossas opiniões sobre estas pré-campanhas.

Com uma grande saudação (jevem) socialista

Pedro Silveira

 
à s 24 de dezembro de 2005 às 19:12, Anonymous Anónimo escreveu...

Parece-me que de um modo geral os debates foram muito pouco esclarecedores e quase sempre se passou ao lado daquilo que era realmente importante. Nenhum dos candidatos acrescentou nada de novo àquilo que deles se sabia e àquilo que deles se esperava. Mais do que debates, sejam eles a dois, a cinco ou a treze, talvez fosse mais interessante que as televisões ou as rádios nos oferecessem entrevistas sérias e profundas a cada um dos candidatos... Penso que relativamente àquilo que cada cidadão pensava anteriormente, absolutamente ninguém terá alterado o seu sentido de voto ou sequer tê-lo posto em dúvida depois destes debates, pelo que me parece que nenhum dos candidatos poderá ser considerado vencedor ou vencido. Pode ser que com a campanha tudo isto se altere.

 
à s 30 de dezembro de 2005 às 10:53, Blogger Zeferino Ferreira escreveu...

Então já temos Blog do NES, portanto camaradas os objectivos começam a concretizar-se, mas como não se pode deixar morrer o que tanto trabalho deu, vou deixar aqui a minha pequena contribuição. Discute-se presidenciais, mas antes que tudo é preciso saber se realmente estamos a discutir uma eleição presidencial, ou se não serão antes "ravanches" politico-partidárias e pessoais?. Pouco ou nada se tem discutido sobre os problemas que cabem a um PR, e se me permitem têm sido mais as asneiras, equivocos, "tiros nos pés", do que outra coisa qualquer, quase nada se aproveita.
Sendo este um espaço de liberdade, deixar mais alguns considerandos, que partem de principios pelos quais me guio, porque a politica devia ser acima de tudo principios e é hoje tudo menos isso. É preciso analisar 30 anos de democracia para compreender a actual situação, é preciso perceber que são necessárias alterações estruturais no nosso sistema politica, mas não mais poderes presidenciais como alguns querem, acima de tudo entendo que é preciso o renascimento da instituição parlamentar, que no actual momento me abstenho de comentar, no minimo é deprimente. Neste pressuposto outra alternativa não se me afigura a uma renovação das pessoas e instituições, e aqui a questão, será Mario Soares, Cavaco Silva, Manuel Alegre o rosto da renovação pessoal e institucional, parece-me que não, o primeiro foi 10 anos PR e alguns PM, o segundo 10 PM e candidato perdedor a PR em 1996, o terceiro apesar de tudo um mal menor terá dificuldade em invocar este principio da renovação quando é deputado desde a assembleia constituinte, aqui está um verdadeiro "qui pro quo". Em relação aos 2 candidatos mais à esquerda ainda não perceberam o âmbito desta eleição e continuam em campanha/eleições legislativas. Por ser de esquerda e apesar desta ser uma eleição supostamente extra partidos nunca votaria Cavaco, por tudo aquilo que foi, que representa e pelas ideias que não tem nem quer ter. Há esquerda continuo a achar como sempre achei J Sousa muito agarrado a determinados discursos impostos pelo comité central, ou melhor pela ideologia cunhalista. Louçã é interessante, melhor orador parlamentar português, no entanto ao nível das ideias politico irresponsável, não percebendo ainda a diferença entre as eleições para PM e PR. MArio Soares, teve um papel importante, que o cumpriu, e não devia hoje ser mais que um simbolo ou reserva moral da democracia, mas infelizmente sempre quis ser mais, sendo hoje uma das facções do PS, um contra poder interno, um grupo de interesses muito forte dentro do aparelho, e apesar de se ter supostamente afastado sempre tentou controlar eleições internas através do jogo aparelhistico. Manuel Alegre começou muito bem, com convicção e animo, mas não ter um partido por trás dificulta e muito a sua actuação, mas continua a ser uma "lufada" de ar fresco sobre o ponto de vista que se trata de alguém não apoiado por partidos e que se consegue intrometer na luta pela eleição, e a conseguir passar a uma 2ª volta seria verdadeiramente notável, mas igualmente muito bom para a democracia portuguesa. Apesar de nestas eleições ter uma posição relativamente distante, apoiei, propus e votarei convictamente Manuel Alegre, esperando que uma boa votação faça repensar muitas coisas, é isso que me move, a mudança, a defesa da democracia, a procura de alterar o que está mal, não vendo em outros candidatos esse efeito de arrastamento para a discussão dos problemas.

Já vai longo...

Um último comentário, estou pessoalmente mais interessado em que a minha estrutura distrital promova um campanha de luta contra a abstenção, que façamos destas eleições um acto civico em que a maior parte dos portugueses participe, pois a democracia e o país constroi-se com participação e não com abstenção

Saudações
Socialista

 
à s 30 de dezembro de 2005 às 20:01, Anonymous Anónimo escreveu...

pois é, queria aqui saudar de novo todos camaradas do nosso nucleo, e esperar k este espaço sirva para k este se desenvolva, creio k os avanços sao notorios, mas falando do tema k aki esta em debate, as eleiçoes presidenciais..tb nao tive opurtunidade de ver tds os debates na integra, mas procurei sempre informar-me atraves da imprensa escrita e falada das prestaçoes de tds os candidatos a estas eleiçoes. Assim temos d dividir aqui os varios candidatos, assim, tanto o deputado jeronimo sousa, como o dtr louça apenas apresentaram suas candidaturas com uma base partidaria, creio k isso foi bastanye notorio ao longo dos varios debates em k foram intervenientes, resumindo, sao 2candidaturas k apenas servem para mostrar quem tem + força é esquerda do ps, e k nao tem por objectivco principal a eleiçao ou nao para PR, dps temos os restantes 3candidatos, cavaco mostrou a sua verdadeira face nesta serie de dabates, demonstrando k sua tactica é de falar pouco, assim sendo demonstrou ser 1autentico "eucalipto", e digamos k foram mostrados suas fraquezas, principalmente qt aos seu tempo passado como PM, qt ao dt mario soares tb m pareceu 1bocado nervoso, embora no debate com o prof cavaco ate m tenha surpreendido pela positiva, embora tenha estado um tanto ou qt agressivo d+, qt a manuel alegre, confesso k m desiludiu no debate com cavaco, mas nos restantes nao teve mal, principalmente aquando do confronto com mario soares, nao resp as suas provocaçoes...despeço m com saudaçoes a tds os camaradas, ass:pedro oliveira

 
à s 2 de janeiro de 2006 às 20:17, Blogger Лев Давидович escreveu...

Já lá vai o tempo dos Grande debates. Soares-Cunhal ou Soares-Zenha são elementos históricos e disso não passam.
No entanto, e é conveniente frisar este aspecto, todos os grandes momentos de ideologia debatida e sentida foram vividos pelo Dr.Mário Soares.
Hoje em dia também assim sucede.
Mário Soares tem um estilo, tem várias virtudes, mas sobretudo uma vontade de ganhar.
Respeito quem diga que esteve nervoso e ofensivo, mas pela minha optica este forte e corajoso ao enfrentar, de forma intrépida, o principal candidato à presidência.
Se há algo que não podemos misturar é isto: Não é Soares o agressivo, o que há é um Cavaco passivo.

 

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