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Como seria de esperar às 21 horas a sede da FAUL era ainda um lugar deserto. As poucas figuras vagabundeavam apontando as horas relativas para o início de um debate que, conforme as expectativas, seria animado, vivo e com uma vitória assumida.
Cheguei pouco depois do início. Vi duas pessoas com ideias simultaneamente semelhantes (já que ambos se enquadram na JS) e divergentes em alguns pontos. Expectável o facto de o Pedro Nuno dominar, em termos técnicos, melhor a matéria económica e o João Tiago tudo o que dizia respeito ao ambiente e, para espanto meu, a grande parte das opções estruturantes e históricas da JS. Embora a ambos fosse concedido o mesmo tempo para falar, o maior alvo das interpelações a que estava consagrada a terceira parte do debate foi o candidato João Tiago. E a análise que eu faço é verdadeiramente positiva. Soube cumprir o seu papel, estudar a lição e arrancar do outro candidato um acesso de fúria que não pareceu normal a quem, na plateia, abismado, compreendia que os pontos de discussão se centram, não na polítca da JS mas na maneira como as pessoas têm encarado a política nos últimos tempos, talvez, nos últimos anos.
Quando os relógios marcavam meia-noite, decidi que um sono revigorante iria contribuir substancialmente mais para um bom dia de estudo que ficar ali mais horas (dado o número de perguntas existente).
Não escondo a minha simpatia pela candidatura do João Tiago, no modo como é audaz e na maneira como tem abordado esta campanha.
Salientarei, todavia, uma atitude que me deixou intrigado e desanimado. A dada altura, o João Tiago refere que a Js não podia ser uma associação elitista e que gostava de ver mais pessoas provindas de minorias étnicas e de outras raças para que a JS melhor pudesse desenvolver um trabalho nessa área e, ao mesmo tempo, diversificar culturalmente a JS. Os sorrisos (não quero acreditar que em tom sarcástico!!!) não se fizeram esperar dando a entender a impossibilidade de tamanho acontecimento. Agora eu pergunto: É este pensamento de quem se revê nos valores da esquerda democrática? São estas as atitudes e o pensar de quem pertence à JS?
Novos dias virão. Sopros diferentes talvez. Mesmo que o vento continue na mesma direcção sinto que algo está a mudar. E, sinceramente, impõem-se que, perante o Portugal que temos com uma mentalidade democrática que deixa, em termos culturaism históricos e valorativos, muito a desejar, que se faça e se lute por mais.
Creio que o trabalho que o Pedro Nuno tem vindo a realizar tem sido muito positivo. Do meu ponto de vista só falta uma coisa que se condensa numa das máximas da minha vida: "Não basta fazer bem aquilo que fazemos...é preciso fazê-lo com amor!"