terça-feira, junho 20, 2006

Debate entre candidatos: uma visão!

(falta imagem)

Como seria de esperar às 21 horas a sede da FAUL era ainda um lugar deserto. As poucas figuras vagabundeavam apontando as horas relativas para o início de um debate que, conforme as expectativas, seria animado, vivo e com uma vitória assumida.
Cheguei pouco depois do início. Vi duas pessoas com ideias simultaneamente semelhantes (já que ambos se enquadram na JS) e divergentes em alguns pontos. Expectável o facto de o Pedro Nuno dominar, em termos técnicos, melhor a matéria económica e o João Tiago tudo o que dizia respeito ao ambiente e, para espanto meu, a grande parte das opções estruturantes e históricas da JS. Embora a ambos fosse concedido o mesmo tempo para falar, o maior alvo das interpelações a que estava consagrada a terceira parte do debate foi o candidato João Tiago. E a análise que eu faço é verdadeiramente positiva. Soube cumprir o seu papel, estudar a lição e arrancar do outro candidato um acesso de fúria que não pareceu normal a quem, na plateia, abismado, compreendia que os pontos de discussão se centram, não na polítca da JS mas na maneira como as pessoas têm encarado a política nos últimos tempos, talvez, nos últimos anos.
Quando os relógios marcavam meia-noite, decidi que um sono revigorante iria contribuir substancialmente mais para um bom dia de estudo que ficar ali mais horas (dado o número de perguntas existente).
Não escondo a minha simpatia pela candidatura do João Tiago, no modo como é audaz e na maneira como tem abordado esta campanha.
Salientarei, todavia, uma atitude que me deixou intrigado e desanimado. A dada altura, o João Tiago refere que a Js não podia ser uma associação elitista e que gostava de ver mais pessoas provindas de minorias étnicas e de outras raças para que a JS melhor pudesse desenvolver um trabalho nessa área e, ao mesmo tempo, diversificar culturalmente a JS. Os sorrisos (não quero acreditar que em tom sarcástico!!!) não se fizeram esperar dando a entender a impossibilidade de tamanho acontecimento. Agora eu pergunto: É este pensamento de quem se revê nos valores da esquerda democrática? São estas as atitudes e o pensar de quem pertence à JS?
Novos dias virão. Sopros diferentes talvez. Mesmo que o vento continue na mesma direcção sinto que algo está a mudar. E, sinceramente, impõem-se que, perante o Portugal que temos com uma mentalidade democrática que deixa, em termos culturaism históricos e valorativos, muito a desejar, que se faça e se lute por mais.
Creio que o trabalho que o Pedro Nuno tem vindo a realizar tem sido muito positivo. Do meu ponto de vista só falta uma coisa que se condensa numa das máximas da minha vida: "Não basta fazer bem aquilo que fazemos...é preciso fazê-lo com amor!"

3 Comments:

à s 20 de junho de 2006 às 21:33, Blogger PedroSilveira escreveu...

Caro camarada João Correia

Em relação ao facto que enunciaste devo dizer:
1 - Não sei se te apercebeste mas o burburinho e risota geral que aconteceu na sala aquando da pergunta do João Tiago : "Quantas pessoas de cor existem nesta sala?Nenhuma!" no seguimento da ideia de que a JS temd e conseguir abrir-se mais às minorias, de modo a representar toda a juventude portuguesa deveu-se não à ideia em si mas ao facto de o camarada Pedro Costa, filho do ministro António Costa, muito no seu jeito brincalhão e engraçado, ter levantado a mão como dizendo: "Estou aqui eu!". :)

2 - Na minha humilde opinião é dempre mau um discurso de fora para dentro. Ou seja, não podemos balizar um espaço e querer inclui-lo à força. Concordo plenamente com a ideia de representatividade de toda a juventude portuguesa que está subjacente à ideia do João Tiago mas já não concorda com a ideia vaga dele, dizendo que as minorias (como imigrantes dos PALOP's) também têm de fazer parte da JS. Temos é que saber tornar a instituição apelativa o suficiente para eles se sentirem bem a intrega-la. Tal como sou contra as quotas por ser uma medida de fora para dentro: não seria melhor adequar toda a instituição para evitar a discriminação em razão do sexo a obrigar a existência de X mulheres e sancionar as listas que o não façam/consigam?
Eu percebo a ideia do João Tiago. E concordo com ela: a JS tem de se abrir a todos e buscar o máximo de representatividade. Não concordo é com a maneira de o conseguir.

3 - Não acho que estejamos tão mal em termos históricos, culturais e valorativoscomo afirmas. Muita coisa há a mudar/melhorar, sem dúvida. É para isso que a JS trabalha. É para isso que TODOS NÒS trabalhamos.

Um abraço :)

 
à s 20 de junho de 2006 às 22:36, Blogger João Correia escreveu...

Sim, sem dúvida... Não estamos mal..mas, como em tudo há muito trabalho a fazer... :)
Abraço!

 
à s 24 de junho de 2006 às 02:27, Blogger FDL/JS escreveu...

Concordo contigo Pedro, mas o que mais me preocupa é o facto de cada vez menos se dizer como é que se faz para se cumprir os objectivos a que se propõem as candidaturas em presença. Para mim preocupa-me esse aspecto, porque fazer uma moção cheia de floriados e não dizer como executar o que lá está não me serve. Não é logicamente, motivo bastante para eu não apoiar o João Tiago, outros motivos há. Talvez aqueles que estão de fora e que nunca tivessem tido um contacto directo com o Pedro Nuno e que, como eu, solicitei o apoio dele nas Autárquicas em Peniche e onde ele compareceu e teve uma presença importante, com uma visão e um discurso que agradou a muitos senadores do PS local, mas acima de tudo aos jovens que estavam na Convenção Autárquica Jovem promovida pela JS de Peniche. Como se sabe, perdemos a Câmara, mas é nas alturas em como aquela que sabemos com quem podemos contar e por isso, mas por outros muitos motivos, o Pedro Nuno tem o meu voto e o meu apoio. (Falo em voto, porque às 23h fecharam as urnas na concelhia e já sou um dos cerca de 850 delegados ao Congresso). Abraços ;)

 

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