quinta-feira, maio 31, 2007

Jantar de Campanha




Camaradas,

Dia 5 de Junho (3ª feira) temos o jantar da Campanha "Unir Lisboa" (de António Costa). Vai ser realizado na FIL/Junqueira e o preço são 10 euros!

Quem estiver interessado que avise o mais depressa possível para fazermos as marcações!

Saudações esquerdistas!

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Política e Pulítica



- O Governo passou durante as últimas duas semanas um período complicado de gestão da sua popularidade. O que é engraçado e paradigmático da maneira das pessoas viverem e verem a politica em Portugal: pode-se estar a reestruturar a Administração Interna e as forças de segurança, a reformar a segurança social e a Administração Pública mas tudo isso, bem ou mal feito, é completamente indiferente à popularidade (e falo de popularidade num sentido eleitoral) do Governo; mas se um Ministro diz uma gaffe, se um jornalista mais atento decide investigar o curriculum do Primeiro-Ministro, se uma funcionária pública qualquer decide despedir alguém por ser mais socratista que Sócrates, aí sim, há noticia, há impacto, há circo mediático, há opinião!


- No último Sábado foi dia de Convenção da JS/FAUL. Com grande alegria se verificou que temos uma federação unida e com vontade de continaur um trabalho bastante positivo que tem vindo a ser feito mas por outro lado fazer ainda mais e melhor, com mais e novas pessoas.


- Por outro lado não deixa de ser curioso verificar que do NES/FDL consta uma geração muito forte de militantes da JS por todo o país. Desde o Porto a Portalegre, com especial incidência em Lisboa, os órgãos federativos da JS são palco de actuação de muitos camaradas que trabalham também no nosso núcleo. Um orgulho mas também uma responsabilidade acrescida de fazer parte desde grupo.

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quarta-feira, maio 30, 2007

Cadetísmos


Vá Lá Ver


Diz que hoje foi dia de Greve.
A minha rotina aconteceu até chegar a Lisboa. Lá, constatei, assim que desço as escadas da estação de entrecampos, que o Metro estava "fora de serviço". Tinham dito que não, mas parece que, afinal, sim.
Vamos a pé.
Chego à FDL. Haja vivalma. Não haja vivalma nenhuma, porque, para além das senhoras do Bar, estava eu e um colega que seguiu viagem comigo.
Não fazem torradas,
"A Faculdade ainda Fecha", dizem as senhoras,
Os serviços administrativos estão fechados,
A Biblioteca idem,
Mas afinal???
Até que o dia acaba. Chegando a casa, pergunto logo: então essa greve, ein? A resposta nem tinha palavras, apenas um abanar de cabeça: a adesão foi insignificante. O Governo fala em 13%. Os sindicatos dizem que foi "boa".
Verdade é que não foi coisa nenhuma. Houve sindicalistas, barulho, movimento, mas pouco mais.
Tenho de confessar que adoro a expectativa que uma greve geral levanta. Todo o aparato humano, todo o material marxista espalhado na rua...
Há algo de marxista em mim, tenho quase a certeza.
Mas, factos são factos. O Eng. Sócrates tem uma forte percentagem de preferência, isto se as eleições fossem hoje realizadas. O Governo está bem visto.
Naturalmente, a greve dançou a musica que lhe deram.
Faz greve quem está descontente. Se há muita gente contente, poucos fazem greve.
É a história do dia.

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terça-feira, maio 29, 2007

Vagos pensamentos




Uma das atitudes que em política me irrrita é a hipocrisia. Qualquer político quando questionado sobre um determinado facto, que lhe seja sobre determinada perspectiva desfavorável, contorna habilmente a questão e responde a tudo menos ao que lhe foi perguntado, recorrendo à arte da retórica. Afirmo isto, com a consciência que ocorre em todos os quadrantes políticos.
Para exemplificar este tipo de comportamente não é necessário recuar talvez mais do que algumas horas. Mas, proponho que façamos uma retrospectiva pelos acontecimentos dos últimos dias. A um professor foi instaurado um processo disciplinar porque ironizou sobre a licenciatura do Primeiro Ministro; Mário Lino, para justificar a rejeição da Margem Sul como local para a construção do novo aeroporto, disse que esta era um deserto e referiu numa conferência organizada pela Ordem dos Engenheiros, que era “engenheiro inscrito na Ordem dos engenheiros” numa alusão clara à polémica criada pela licenciatura de Jóse Sócrates; hoje foi dia de greve geral e, como sempre, os números relativos à adesão dos trabalhadores divergem entre sincatos e Governo.
Em todas as situações descritas alguém – não releva quem – tentou sempre “amenizar” o sucedido ou dar uma passar uma visão parcial e distorcida do que ocorreu nestes casos, como forma de branquear o que se passou.
Penso que, muito tempo depois do 25 de Abril de 1974, já é tempo de os políticos serem mais humildes e assumirem os seus erros! Esta é uma das utopias que percorrem a cabeça de um homem de Esquerda. É irrealizável? Claro que sim. Seria, contudo, interessante caso se tornasse realidade...

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segunda-feira, maio 28, 2007

Sentenças



Odeio rotina e tento evitá-la ao máximo. Dentro do possível, levo uma vida de improviso. No entanto, há situações que me são comuns quase todos os dias...

Acordo cedo, vou de metro para a Faculdade. Um senhor invisual e sem um braço pede caridade. Sem querer, dá um encontrão em alguém que lhe responde mal. Engulo em seco. Se tiver uma moeda, coloco-a no copo do pedinte.

Chegado ao destino, os professores continuam de nariz ao tecto. Os meus colegas queixam-se de que é necessário pagar as propinas para fazerem exames e não sabem onde vão orientar o dinheiro. Anuio. Nem são pessoas pobres, por isso estranho. Talvez sejam as propinas que são altas de mais. Recordo alguns amigos da Margem Sul que deixaram a escola por não terem condições para estudar. "Ninguém ficará sem estudar por razões económicas", dizia-se há 4 ou 5 anos, quando o valor das propinas disparou. Mentiroso.

Depois de almoço passo pelo Pingo Doce. Procuro comida para matar a fome no trabalho. À entrada existe um idoso de boné para trás e cabeça baixa. Não lhe consigo ver o rosto, mas a imobilidade da sua mão estendida deixa-me entorpecido.

Entro no trabalho. Ao fundo ouço um colega a falar alto com o responsável: "Você não pode fazer isso, não vem no contrato! Vou ao Tribunal do Trabalho!".

Habituado, sento-me a atender telefonemas.
- Primeira chamada "Eu preciso trabalhar! Activem-me o cartão imediatamente porque estão a causar prejuízo à minha empresa!" respondem-me quando informo que não consegue fazer chamadas por ter uma factura por liquidar.
- Chamada(s) seguinte(s): "Veja porque tenho esse saldo"; "Não fiz tantas chamadas"; "Paguei o serviço e não o consigo utilizar"; "Preciso só de 50 centimos no cartão para fazer uma chamada porque a minha bebé está doente. Por favor!"

Não são todas assim, mas fico com pena dessas pessoas. Ajudo no máximo que puder, mas estou ali para ajudar a empresa. Sentimentalismos colocam-me no desemprego.

Quando volto para casa de comboio há alguém que perdeu o bilhete. Custa 1,30e mas terá de pagar uma multa de 50e. Os fiscalizadores não acreditam na desculpa. O diálogo é impossível. "O auto chegará à sua morada", avisam indiferentes. Fecho os punhos.

Após o comboio, conduzo alguns kms da estação para casa. Fico sem gasolina a meio do caminho. Encosto o carro à berma e profiro um grito asneirento. Prossigo a pé, chego a casa e durmo sem jantar. Andar 3kms à 1h da manhã faz perder a fome.

Este é apenas um dia, como existem muitos outros. E ser de esquerda não é um estatuto nem uma condição. Ser de Esquerda é ter vivido dias destes durante 21 anos. Ser de Esquerda é parte daquilo que sou.

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Pedro Pinto é o novo Presidente da JS/FAUL



Realizou-se no último sábado, em Odivelas, a XI Convenção da JS da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL).

Foi uma Convenção bastante participada e onde se elegeu Pedro Pinto, ex-coordenador da Concelhia de Lisboa e Secretário Nacional, como novo Presidente da JS/FAUL. Foi ainda eleita a nova Comissão Política Federativa, onde se incluem vários militantes do NES-FDL.

A Convenção teve ainda a participação de Pedro Nuno (Secretário-geral da JS), Susana Amador (Presidente da Câmara Municipal de Odivelas), Joaquim Raposo (Presidente do PS/FAUL), entre outros.

O NES-FDL vem assim parabenizar o novo Presidente da JS/FAUL, com votos de bom trabalho e deixando a certeza de que estaremos prontos para trabalhar em conjunto com a Federação em todas as actividades que forem possíveis, estreitando assim as relações entre as duas estruturas e unindo esforços em torno de ideais comuns.

Mensagem ao núcleo

Amigos,

As aulas foram interrompidas mas o NES-FDL não pára e vamos continuar a trabalhar. No site, no blog, na newsletter, no jornal, no cartaz mensal e na campanha que aí se avizinha. Por isso, contamos com todos!


Lamentamos não ter sido efectuada uma reunião na última semana de aulas mas, infelizmente, não foi possível. Tentámos agendar para quarta-feira às 13h, mas como foi marcada aula extra de penal para a mesma hora tornou-se inviável.

Já saiu a ultima edição do Jornal do NES, estando já disponível para download e tendo sido já espalhada pela Faculdade também. Assim, as publicações estão suspensas até Outubro, salvo uma edição especial que estamos a ponderar publicar.
Mesmo assim, podem fazer os vossos textos e fazê-los chegar a nós, para que sejam publicados futuramente.
Também os cartazes da campanha mensal estão afixados no placard do NES na Faculdade e disponíveis para download. Descer a Av. Almirante Reis em meia hora foi suficiente para tirarmos fotos que bastassem para efectuarmos o cartaz.
Este ano lectivo iremos lançar pelo menos mais um cartaz. Se tiverem ideias para os próximos, façam-nas chegar!

No final do mês de Abril entregámos em mão uma carta à secretária do Conselho Directivo, ao cuidado da Profª Drª Carla Amado Gomes, em que se abordava a questão das salas de Núcleos e de uma sala para o NES/FDL dentro da própria faculdade. Dessa carta, só exigíamos uma resposta.
Até hoje, a única resposta que tivemos foi a que a secretária nos deu na altura “vocês já têm uma sala programada, é a que era do NEA”. Serenamente respondi à senhora que, mesmo assim entregasse a carta à Profª em questão, visto que essa sala não tem as mínimas condições.
Parece que há dias houve a inauguração da nova “sala de núcleos”, a mesma que a senhora nos tinha mencionado. Só tivemos conhecimento da inauguração depois dela decorrer. Por isso não comparecemos. Pessoalmente, mesmo que o tivesse, não compareceria na mesma.
Atribuir aquela sala aos núcleos é pedir que eles desistam de trabalhar. Mais, pensar que o NES pode trabalhar numa sala onde cabem 5 pessoas e um par de sapatos é atentar contra o nosso esforço, o nosso trabalho e querer fugir à dimensão que o NES tem, quer em termos de militantes, quer em termos de importância dentro da nossa Faculdade.
Por isso, enquanto for coordenador do NES-FDL, não será realizada nenhuma actividade dentro daquela despensa chamada “sala de núcleos”.
Mostramos ainda total desagrado em relação ao Conselho Directivo, pelo facto de não nos ter sido dada qualquer resposta. No entanto, não desistiremos.

Chamo ainda a atenção para as eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa, que se irão realizar a dia 15 de Julho. Será importante que o PS consiga vencer na Câmara da capital. O candidato é óptimo, mas é necessária a união de todas as nossas forças para conseguirmos ganhar. Por isso, pedimos a todos os militantes que estejam atentos, que façam campanha, que se manifestem, que saiam à rua, tudo em prol de um objectivo comum. Mesmo que não vivam em Lisboa, é lá que todos trabalhamos. Por isso é nosso Direito participar. Mais, é um dever.
Enquanto cidadãos, enquanto socialistas, enquanto jovens, vamos lutar por esta vitória que, não se mostrando fácil, irá escrever mais uma página na história da Juventude Socialista.

Bom estudo para os exames!
Abraços / Beijos,

domingo, maio 27, 2007

Resultados da Sondagem no site do NES/FDL

Como muitos de vós tiveram a oportunidade de verificar, desde as eleições do NES/FDL constava do site do NES a sondagem "Qual deve ser na tua opinião a grande aposta do NES/FDL para este mandato?". Os resultados obtidos foram os seguintes:

Relações externas - 12 votos (44%)

Crescimento e divulgação interna - 6 votos (22%)

Trabalho político de fundo - 6 votos (22%)

Actividades recreativas - 3 votos (12%)

Não deixes de votar na nova Sondagem "Que nota dás às politicas de juventude da CML nos ultimos dois anos?" em www.juventudesocialista.org/nucleofacdireitolx .

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sexta-feira, maio 25, 2007

Jornal do NES Edição nº 10 (19 de Maio)


Está já disponível em formato digital o Jornal do NES nº 10 (por lapso designado como nº11).

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quinta-feira, maio 24, 2007

Política e Pulítica



- Era uma decisão difícil: marcar as eleições de Lisboa para 1 de Julho e deixar poucas hipóteses de candidatos independentes poderem sê-lo, ou marcar as eleições para dia 15 de Julho, quando Lisboa está deserta. É também uma opção entre a abrangência da democracia e a própria democracia. Entre a relação das pessoas com o poder e entre a igualdade de oportunidades no acesso ao mesmo. Por isso não me venham dizer que a culpa é de alguma Governadora-Civil que... optou.

- Numa altura em que se dão passos decisivos em relação ao futuro da pretensa Constituição Europeia acho que é à juventude portuguesa que cabe lutar pelo modelo de Europa que deseja. E, nesta perspectiva, à Juventude Socialista cabe um papel vital na discussão e na criação de massa crítica ao futuro da União Europeia.

- É já Sábado a XI Convenção da JS/FAUL. Nesta, como noutras Convenções Federativas um pouco por todo o país, terão voz muitos dos camaradas militantes do NES/FDL. Uma militância activa é o que a JS mais precisa. Façamos por isso.

- Numa altura em que se entra na campanha eleitoral à Câmara de Lisboa O NES/FDL convida todas as pessoas a prestarem mais atenção às desigualdades sociais nas ruas desta cidade. O tema está em enfoque no cartaz mensal.

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quarta-feira, maio 23, 2007

Cadetísmos



DREN


"Suspendeu-se alguém por ter dito uma graçola acerca da vida académica do Primeiro-Ministro".
Ouvido isto assim, parece uma bomba, parece que vem aí o fascismo, a PIDE, ditaduras e censuras.
Quando confrontados com uma notícia desta índole, temos que analisar todos os factos e daí extrair a conclusão mais sábia, conclusão essa que culminará sempre na atitude mais sensata.
Pergunta-se se determinado facto teve lugar;
Indaga-se a cor política do proferidor da "calúnia";
Descobre-se que há um "chibo";
Meio mundo intelectual vem à rua gritar.
Há quem queira ver em tudo a mão de José Sócrates. Há quem diga que as suas recentes declarações, a criticar a situação, são cínicas.
O problema, neste caso, é muito mais grave, muito mais fundo. Só mesmo uma mente retorcida deveria querer a mão do chefe do executivo.
Não.
O problema tem fonte semelhante, mas causa diversa. O forte politização da administração pública é a causa. Por mais liberal que o executivo queira ser, nunca poderá garantir que todos os seus dependentes o sejam. Podemos culpar a máquina das normações, as clientelas, os apoios.
Podemos culpar os fanatismos, os totalitarismo sque se podem instalar nas mentes mais susceptíveis e mesmos os abusos de poder.
Que ninguém se engane: no dia em que não se puder falar daquilo que se quer com quem se quer, há golpe de estado.
Por ora, o Governo devia punir a funcionária responsável pela suspensão do professor.

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terça-feira, maio 22, 2007

Vagos pensamentos


Passo por aqui apressadamente para deixar uma sucinta reflexão sobre a primeira lei de política criminal que estabelece prioridades na investigação de crimes.
Qual a utilidade de definir crimes prioritários se, referem os autores da mesma, um crime que não conste do topo da lista puder ser investigado primeiramente, perante a ocorrência de determinadas circustâncias? Melhor seria, e isto é discurso velho, dar fomação e meios às forças de segurança para investigarem de modo eficiente “todos” os crimes que ocorram...

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Campanha mensal de Maio


(Clica na imagem para aumentar)

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segunda-feira, maio 21, 2007

Sentenças



Muito se tem falado ultimamente da escolha de António Costa para candidato do PS à CML. Eu próprio já tive oportunidade de exteriorizar a minha opinião neste mesmo espaço cibernáutico.
No entanto, gostaria agora de realçar essa situação por um outro prisma. É que o facto de António Costa ter sido o eleito, fez com que Rui Pereira fosse o escolhido para chefiar o Ministério da Administração Interna.

Mais do que falar sobre as hipóteses de António Costa na Câmara da Capital ou sobre o mérito que teve enquanto Ministro, cabe pensar nas mudanças que Rui Pereira trará.
E falo em mudanças propositadamente. Ainda que o Ministério em causa abarque uma área governativa que não considero ser a mais preponderante em qualquer Estado, considero, isso sim, que em Portugal será das mais importantes, pela carência que necessita de uma reestruturação. Já tive oportunidade de o referir neste blog.

Actualmente, o estado das forças de segurança no nosso país é absolutamente lastimável. A população queixa-se da violência e do aumento da criminalidade, os agentes da autoridade reclamam não disporem dos meios necessários para trabalhar, os criminosos espancam polícias. Podia ser um episódio de CSI, mas não é.
Infelizmente, analisando esta questão, existem, de facto, duas realidades: do lado dos agentes é desviado o olhar do raio da criminalidade; do lado do cidadão, olha-se os agentes como alguém a quem é possível pedir informações quando se está perdido.
Em Portugal, ter uma excelente força de segurança significa ter uma polícia eficaz nas "operações STOP".
Mais do que conferências e tertúlias sobre Criminalidade Organizada e Terrorismo, é necessário olhar para a Segurança Interna. A Polícia Judiciária será mais reconhecida internacionalmente pela sua competência do que sondada num âmbito nacional. Talvez não fosse assim se se tivessem concertado tantos esforços para encontrar crianças portuguesas desaparecidas como os que foram unidos em busca da menina inglesa.

As alterações passam por uma mudança de mentalidade. Mudança de mentalidade no poder político, para assegurar às forças de segurança condições efectivas de actuação; mudança de mentalidade nos altos quadros das polícias portuguesas, sendo que a qualidade só pode aumentar se o recrutamento para inserção nas academias tiver filtros mais alargados; e mudança de mentalidade em todos os polícias, para que se mostrem não como máquinas arrogantes de poder que não detêm mas como pessoas amigas em quem qualquer cidadão poderá confiar.

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domingo, maio 20, 2007

Os pontos nos "ii"



Não votarás...


As minhas primeiras experiências no que toca a eleições tendem a repetir-se. Se não vejamos: da primeira vez que votei, o PS tinha um grande candidato – José Sócrates; da primeira vez que voto em Lisboa o PS tem um grande candidato, António Costa. Ou antes, da primeira vez que votaria em Lisboa, se me deixassem. E isso leva-me à outra situação que tende a repetir-se no que toca à minha participação nas eleições: não poder votar porque os cadernos eleitorais já fecharam.

Antes das últimas legislativas, que foram as primeiras eleições em que votei, houve, se bem se lembram, umas europeias. Como cidadã activa e consciente fui à Junta de Freguesia da minha área de residência para me recensear, uma vez que à data do escrutínio teria já dezoito anos e, como tal, estaria em condições de exercer o direito e dever cívico de votar. Não me foi permitido recensear-me por não ter ainda completado dezoito anos. Voltei à Junta de Freguesia no dia em que fiz dezoito anos – já não me podia recensear porque os cadernos eleitorais estavam fechados… Ou seja, apesar de no dia das eleições preencher os requisitos legais para votar, não o pude fazer porque me foi erguida uma barreira administrativa: sem ter dezoito anos não me podia recensear, tendo-os, tinha já passado o prazo para o fazer… Note-se que a lei é bem menos exigente no que toca, por exemplo, a tirar a carta de condução. Basta ter-se dezoito anos no dia do exame, sendo possível ter aulas seis meses antes de os completar. Portanto: andar por aí a conduzir, tudo bem, mas recensear-me, nem pensar nisso!

Mudei-me este fim-de-semana para Lisboa, vinda de um concelho da área metropolitana. Assim que foram marcadas as eleições intercalares em Lisboa fui à minha nova Junta de Freguesia para me inscrever. Qual não foi o meu espanto quando me disseram que já não podia porque os cadernos eleitorais haviam fechado, por imposição legal, sessenta dias antes do acto eleitoral. Tentei argumentar contra o ridículo da situação (note-se que sessenta dias antes das eleições ainda não se sabia que as mesmas se iriam realizar…) mas de nada serviu, evidentemente. Eu não culpo a funcionária que me atendeu: como funcionária pública compete-lhe cumprir a lei. Insurjo-me é contra a profunda estupidez desta lei! E pergunto-me: e agora o que fazem às inscrições feitas antes de se saber que as eleições se iriam realizar mas que não cumpram o tal prazo de sessenta dias? Eliminam-nas dos cadernos retroactivamente?

Já dei voltas à cabeça e não consigo compreender a ratio por detrás desta lei. Não entendo como é que num país onde a participação nos actos eleitorais é tão baixa nos damos ao luxo de fechar os cadernos eleitorais tão cedo. Compreendo que talvez não seja operacional admitir inscrições na véspera mas, caramba, sessenta dias?.. Mais. Esta lei parece-me claramente inconstitucional, por violação do regime das restrições de direitos fundamentais: não vejo qual seja o valor constitucionalmente protegido que justifique a restrição do direito ao sufrágio em causa e não me parece que esta seja uma medida proporcional, nomeadamente por violação das vertentes de necessidade e equilíbrio deste princípio constitucional. O prazo parece-me, em suma, excessivo e arbitrário.

Reclamei. Sei que o meu requerimento vai directamente para a gaveta mas não podia calar-me. Perdi uma tarde a escrever um requeriemnto que ninguém há-de ler mas fi-lo com o orgulho de quem combate uma irracionalidade e uma injustiça. E ainda que não me deixem votar, não conseguirão decerto impedir-me de fazer campanha...Viva António Costa! Viva Lisboa! Viva o PS!

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quinta-feira, maio 17, 2007

Política e Pulítica



- Lisboa vai ter o melhor candidato que o Partido Socialista poderia ter. Mas é preciso perceber que em António Costa José Sócrates aposta muito do seu próprio rumo governativo. Sabemos bem que não seria indiferente a derrota eleitoral e um já habitual (censurável mas habitual) voto de protesto num contexto descontextualizado (perdoem-me o pleonasmo) em Lisboa ao Governo do país.



- Mas Sócrates joga também o futuro do próprio Partido Socialista nesta escolha pois dá a uma pessoa a quem todos sabemos ter as qualidades necessárias a ser um excelente Primeiro-Ministro uma autonomia política dentro do PS que não se saberá o futuro que terá.



- O PSD está destinado a perder a Câmara e neste momento em termos de eleitorado não guiado por escolhas partidárias acho que Sá Fernandes tem mais hipóteses que Fernando Negrão. Desde o primeiro minuto em que a crise estalou que Marques Mendes está a ser enfraquecido como líder. A gestão da derrota será penosa e levará mais uma vez a um Congresso em que se escolhe o melhor dos piores.



- O CDS/PP terá este fim-de-semana Congresso nacional para aplaudir Paulo Portas e a sua estratégia, seja ela qual for, exista ela ou não, contenha ela quem contiver. O CDS/PP não pode viver sem Portas e vice-versa. Bom? Para ninguém, acho.

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quarta-feira, maio 16, 2007

Cadetísmos


Exemplo


Tenho que partilhar da opinião generalizada dos comentadores da praça: tenho pena que António Costa deixe o MAI.
Senhor de uma inteligência conhecida, de uma capacidade apreciada e de uma competência inexcedível, o irmã do jornalista da Sic notícias aventura-se em terrenos que, ainda conhecendo, podem revelar-se pantanosos.
Apesar do "rombo" no governo, o P.S joga uma cartada decisiva na conquista da câmara de Lisboa. A credibilidade do candidato, por si só chegaria para vencer.
Falta a campanha, falta contar votos, mas estou em crer que Costa vai ganhar.

Quiçá seja, um dia, Presidente da República.

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Vagos pensamentos




Patriotismo, nacionalismo e afins...


O nacionalismo dos portugueses tem vindo a ser incentivado por diversos factores como a maior actividade do PNR, a importância exacerbada que lhe é atribuída pela comunicação social e pelas manifestações de adeptos do regime salazarista. No entanto, penso que os portugueses não são tão amantes da pátria como se faz crer. E, digo isto, por várias razões.
Em meu entender, os portugueses são um povo que se divide entre aqueles que amam cegamente o seu país ou o detestam. Vejamos. Muitos portugueses dão imenso valor ao que por cá se produz, evitam comprar produtos estrangeiros e gostariam, inclusive, de voltar ao período em que o país estava “orgulhosamente só”. “A fruta portuguesa é melhor do que a espanhola”. Outros, por seu turno, têm um sentimento de pequenez exagerado, afirmando que tudo o que se faz no estrangeiro é melhor do que o que se faz em terras lusas e desdenham em tudo o que por cá se faz. ”Só sabem criticar...”
. Penso, neste sentido, que os alguns estrangeiros têm uma visão mais racional da realidade nacional do que os cidadãos lusos. Exemplo premente desse facto são os diversos investimentos feitos por espanhóis na pátria de Camões...Confrontado com este estado das coisas opino que a visão dos portugueses sobre a pátria-mãe deve ser uma visão mais ponderada, não dada a extremismos, que valorize o que o nosso país tem de melhor e se predisponha a melhorar o que se encontra menos bem. O poder político deve ter um papel activo na mudança das mentalidades contribuindo para o referido objectivo. Mais uma vez se pode afirmar, recorrendo a um lugar comum: em Portugal não existem verbas disponíveis para a investigação científica, mas existem bons investigadores.

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segunda-feira, maio 14, 2007

Sentenças




Lembro-me nitidamente da primeira conversa que tive com o Pedro Silveira sobre política. No MSN, escrevi-lhe partilhar os valores de uma esquerda moderna mas duvidar do tipo de política que se pratica(va) no país.
Há escassos dias atrás, numas eleições de Concelhia da JS, nas quais marquei presença, uma senhora de meia idade abordou as pessoas que estavam na mesa de voto, possivelmente atraída pela bandeira da Juventude Socialista lá colocada. Simpaticamente, destacou o facto de haver, poucos metros além, uma área de terreno com lixo, ervas e plantas secas, alertando para o risco dos fogos que infelizmente se avizinham.

- "Eu cá não quero saber de mais nada! Quem vier aqui tratar disto, tem o meu voto. É sinal que se preocupa!" - Disse a simpática senhora.

Esta senhora que fala sobre as suas preocupações veio tocar exactamente na minha opinião sobre a política.
A política é mais do que discutir Kant, Nietchze, Platão, Locke, Rousseau, Aristóteles, Marx, ou outros. É mais do que apupar ou aplaudir no parlamento. Está muito longe de lançar para o ar palavras que ninguém entende ou promessas que poucos cumprem.

Entendo a política de forma diferente. A política não é uma actividade de escritório, nem de secretária. A política é uma actividade de rua. Os políticos deviam andar pela rua como o cidadão comum, para se inteirarem das suas reais preocupações. A política é uma actividade para o mundo. E se o mundo é redondo, não pode ser visto de dentro de quatro paredes.

A senhora que fala não se preocupa se o novo aeroporto será construído na Ota ou na Horta, mas gostaria que limpassem o entulho perigoso de uma área residencial.
A senhora que fala não quer saber da ARtv. Desliga a televisão e escreve uma carta à Câmara Municipal solicitando que, de uma vez por todas, se tapem os buracos que existem nas principais ruas da sua localidade. E que, se não for pedir muito, reponham algumas calçadas levantadas nos passeios onde as crianças caminham.
A senhora que fala desiteressa-se pelos nomes dos partidos. Mas promete, a título de Honra, o seu voto naqueles que inventarem uma solução para os animais vadios que diariamente são atropelados, apedrejados, maltratados e que acabam por morrer mesmo em frente à janela da sua sala.

A senhora que fala vê tudo isto porque sai de casa para ir à mercadoria. Apanha o autocarro para se deslocar. Retorna. Paga a conta da electricidade. Vai buscar os filhos à escola. Compra o jantar. Nestes e noutros actos, a senhora que fala vê muito mais do que aquilo que fala e pensa muito mais que aquilo que vê, apenas porque a sua vida é na rua. Não dorme lá, mas vive na rua.

A senhora que fala pode ser um senhor. Pode ser muda. Pode ser criança. Pode ser idoso.
A senhora que fala pode ser portuguesa ou estrangeira. Alta ou magra.
A senhora que fala pode ser imensas coisas, mas fala.

Hoje, tal como naquela conversa com o Silveira, também eu me sinto uma senhora que fala.

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sábado, maio 12, 2007

Diz que é uma espécie de...

...Opinião. Esta não foi uma semana lá muito feliz para a esquerda: na França ganhou Sarkozy e na Madeira ganhou João Jardim.Mas falarei sobre o caso da Madeira.

Madeira. Um paraíso com as mais fantásticas e belas paisagens de Portugal em contradição com da pior ou mais rasca política que se faz por terras lusas. João Jardim continua ano após ano a ser reeleito: uns dizem que o homem é um verdadeiro lutador que fez tudo pelo povo e que apresentou uma grande obra em todos estes anos e há mesmo aqueles que dizem que gostam do homem pela mesma razão de ter feito obra e que não se importam que por outro lado faça das coisas mais incríveis que se podem vêr, ele até pode meter ao bolso aquilo que não é dele ou que dê aos amigos desde que continue a apresentar trabalho (um pouco o pensamento do adepto portista: o Pinto da Costa até pode roubar o clube e ser corrupto,mas desde que o clube continue a ganhar... para além disto um constante pensamento de vitimização em relação a Lisboa que estes lideres utilizam para unir tropas,mesmo que não tenham razão de queixa nenhum como é o caso). Este é o verdadeiro pensamento do Zé povinho e é assim que Jardim continua a ser eleito! De que interessa ao povo que esteja a ser roubado se pode continuar a ver Tony Carreira 8 ou 10 vezes à borla? Desde logo o motivo que causou estas eleições é ridículo: o Governo não tem que pensar em continuar a atender a caprichos daqueles que já têm muito, esta lei das finanças é mais do que justificada e se a própria U.E. considera a Madeira uma zona desenvolvida porque raio deveria o Governo considerar o contrário e não diminuir os fundos destinados à Madeira?Só porque o Jardim não quer respeitar o que os outros respeitam?O governo não está a tirar o dinheiro à Madeira! O Governo está a dizer que chega de só olharem para o umbigo deles e começarem a perceber que agora é a vez deles de contribuir para o desenvolvimento das regiões menos desenvolvidas do país. Lisboa e Porto também vão receber menos.

Posso concordar que foi feito muito trabalho na Madeira, mas a que custo? Dou um exemplo: eu se fosse presidente do Benfica e pedisse 500 milhões de euros a um banco qualquer tinha muitas hipóteses de ganhar o campeonato e talvez mesmo a Liga dos campeões...mas e o que acontecia depois?Bancarrota certa... na Madeira passa-se algo parecido. Todo o povo madeirense beneficia com a obra feita, mas quem é que beneficia ainda mais? Não serão os amigos do Jardim? Os patrões do PSD Madeira que só por acaso têm empresas de construção civil e que só por acaso estão sempre metidos nos concursos públicos para novas obras? Há que gastar...mas com pés e cabeça. João Jardim é só o homem que deu 5 Milhões de euros ao jornal da Madeira, onde só por acaso tem uma coluna pessoal. João Jardim gastou mais nesta campanha que o próprio presidente da República. Um homem que inaugura uma estrada com 200 metros só para benificicar a mulher que toma conta das filhos só pode estar longe de ser um político sério.A Madeira é um paraíso de paisagens lindas mas também é um paraíso para o belo do tacho.

Resumindo e concluíndo: o pensamento de muitos madeirenses é o de preferirem ter um arrogante e mal-educado a fazer obra, feita com milhões de dívidas, a poder ter um simpático e bem-educado a fazer alguma obra, sem os milhões de dívidas. Mas verdade seja dita: a oposição na Madeira também é fraquinha. Culpa dos outros partidos mas também do próprio governo da Madeira. Simplesmente desde o 25 de Abril ninguém mais teve hipótese de mostrar serviço nomeadamente porque existe um clima anti-democrático e ameaçador na governação da Madeira por parte desse ditador em ponto pequeno do Alberto João.

Enfim, resta agora ter esperanças numa mudança. Ou simplesmente esperar que o senhor Jardim acabe por sair que a idade também já não perdoa.

sexta-feira, maio 11, 2007

Os pontos nos "ii"



"Vai praxatear outro!"


Começo por pedir as minhas mais sinceras desculpas pelo atraso deste post, mas obrigações académicas não me permitiram escrever antes. Creio que não será preciso desenvolver muito este tema porque estaremos todos mais ou menos na mesma situação…

Hoje apetece-me escrever sobre aquele que considero ser o fenómeno mais estúpido das Universidades portuguesas: as praxes. Sei que isto pode ferir susceptibilidades mas, aí está, já disse, a praxe é estúpida. E se é estúpida em qualquer ponto do país, em Lisboa é ainda mais porque se auto-intitula “tradição académica” mas de tradicional não tem nada. Perguntem aos vossos pais, se eles tiverem estudado em Lisboa, se andavam para aí todos contentinhos de traje ou se atormentavam os caloiros nos primeiros dias de aulas. A resposta será certamente esta: não.

Pois é, meus senhores, doa a quem doer, a praxe não é uma coisa de Lisboa, não é uma tradição académica lisboeta. É-o em Coimbra, sim, mas não em Lisboa nem em qualquer outra cidade do país. A praxe foi trazida de Coimbra para Lisboa nos anos 80, portanto, desculpem-me, mas, de tradicional, pelo menos aqui, não tem nada.

Comecemos pelo traje. O traje surgiu em Coimbra como forma de permitir aos estudantes mais pobres ir às aulas. Para assistir às aulas, os lentes exigiam que os estudantes usassem fato e gravata e, portanto, o traje era uma forma de os estudantes mais pobres terem uma indumentária que lhes servisse para todo o ano. No Inverno usavam a capa, no Verão ficavam-se pela batina. Por solidariedade académica ou talvez para se confundirem com a multidão, mesmo os alunos mais abastados começaram a usar também o dito traje. E tornou-se tradição. Em Coimbra…

Acontece que hoje em dia já nem em Coimbra o traje é usado no dia-a-dia, tendo-se convertido numa forma mais ou menos pirosa de dizer “sou estudante universitário”. Ou seja, aquilo que começou por ter uma função social relevante de aproximação de classes converteu-se numa afirmação social de uma elite intelectual.

Passemos à praxe propriamente dita. Na nossa Faculdade as coisas até são mais ou menos civilizadas mas, ainda assim, não me parece nada bonito que numa Faculdade de Direito se faça os caloiros gritarem que não têm personalidade jurídica ou que se obrigue os ditos caloiros a usar umas orelhas de burro no Anfiteatro 1, enquanto ouvem um palerma qualquer dizer umas larachas, sendo que na maior parte das vezes a tarde vai longa e ainda nem almoçaram. Não sabem nada de Direito, daí as orelhas, dizem-me. Se soubessem, creio que não precisariam de ingressar na Faculdade…

Quando fui praxada entrei em hipoglicemia por estar sem comer até às 19h. Quando comecei a sentir-me mesmo muito mal dirigi-me a uma tertuliana que foi suficientemente idiota para não perceber que eu tinha mesmo de ir comer, sob pena de desmaiar. Deve ter percebido que a caloira não era assim tão piegas quando me viu cair redonda no chão…

Dizem-me que a praxe integra. A praxe integra em quê? Na obediência, no servilismo, na subserviência? Ou será antes uma oportunidade de o veterano dar azo às suas frustrações? Sou assumidamente anti-praxe, anti -“tradição académica”. Mas fui praxada. Senti na pele o que é ser sujeita a uma prática que considero profundamente humilhante e hoje se falo, faço-o com propriedade. Abomino a praxe. Abomino-a como socialista, como mulher de esquerda, mas sobretudo como aluna da Faculdade de Direito de Lisboa.

Nunca mais fui à Faculdade no primeiro dia de aulas porque me recuso a compactuar com a lógica da praxe de praxar porque fui praxada. É preciso quebrar este ciclo vicioso! É preciso dizer não!

Termino citando um episódio contado por Pilar del Rio, mulher de Saramago, numa entrevista à RTP2. Na cerimónia de doutoramento honoris causa do seu marido, em Coimbra, constatou Pilar que as mulheres eram relegadas para uma espécie de galinheiro no topo da sala, quando havia ainda muitos lugares livres em baixo, com boa visibilidade para a cerimónia. Quando perguntou a duas alunas o porquê desta discriminação, responderam-lhe que era tradição e que também ela teria de assistir lá em cima. Indignada, recusou-se a aceitar a imposição e assistiu ao doutoramento junto dos homens, numa das filas da frente.

E eu pergunto: é este tipo de tradição que queremos manter? Quantas Pilares del Rio serão necessárias para mudar este estado de coisas?

Choca-me profundamente ver pessoas de esquerda compactuarem com este tipo de rituais retrógrados e reaccionários. O 25 de Abril aconteceu há trinta e três anos e foi para todos! Mesmo para os caloiros. E a propósito, os caloiros, têm, sim, personalidade jurídica e, como tal, merecem ser tratados com a dignidade e respeito que o Direito reserva à pessoa humana…

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quinta-feira, maio 10, 2007

Política e Pulítica



- Discute-se cada vez mais os candidatos do PS à Câmara de Lisboa. Antes de mais acho que deveria de haver coligação entre os três partidos da esquerda democrática. Lisboa só teria a ganhar, como aconteceu no passado. E imprescindivelmente com Bloco de Esquerda. Se o PCP tem quadros autárquicos qualificadíssimos, o Bloco de Esquerda tem a garra e as ideias necessárias para fazer progredir Lisboa. A partir daí sinceramente pouco me interessam nomes. Agora uma coisa seja certa: o PS tem de lançar um nome forte, pois possui aqui uma oportunidade de ouro de se redimir do falhanço total das últimas autárquicas.

- Com a reforma global do regime jurídico das instituições de Ensino Superior, anunciada pelo ministro Mariano Gago existem duas considerações a fazer: a primeira é que este pode ser mais um teste ao seu infeliz desempenho no cargo (apesar de um mérito técnico magnífico), nomeadamente com os deslizes com Bolonha e com a Independente; a segunda é que a Juventude Socialista perdeu mais uma oportunidade magnífica de marcar posição nesta reforma (que conterá politicas autonómicas, de gestão de orgãos, redes públicas de universidades, a internacionalização...). Ainda está a tempo.

- Uma excelente festa, a de 4 de Maio. As felicitações de reconhecimento do trabalho do NES ao longo destes dois anos que nos dêm o ânimo necessário para continuar a crescer em quantidade e qualidade a actividade política da JS na FDL.

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quarta-feira, maio 09, 2007

Cadetísmos



Crenças


Na verdade, todos acreditamos em qualquer coisa.
Eu acredito que qualquer dia isto muda.

Chegados a este ponto, os jovens da minha idade, do meu curso, pensam o seguinte: daqui por 3 anos, como é que isto vai ser?
Os velhos dizem que isto não tem hipótese. Dirão, também, que o 4º ano de escolaridade antigo batia o actual aos pontos. Porventura, acrescentarão que o mundo está perdido.
Recue-se umas gerações, os nossos pais, por exemplo. De uma geração pós-25 de Abril, os empregos de excelência seriam os do Estado, com futuro garantido, aquela almofada essencial para se dormir à noite. A sociedade assistiu a uma série de mudanças: governo, políticas, sociais, económicas, tantas, tantas...O maior feito terá sido serem mais ricos que os seus pais.
Modo geral, tal tem acontecido. Com o caminhar da história, os filhos dos filhos dos filhos dos filhos têm conseguido superar a prévia geração. Tem-se gerado riqueza e progresso, com o progresso da eras.
Mas, então e eu? E o Silveira? O Fábio? O Gomes? Um Zé? Uma Maria? Para nós, haverá alguma coisa?
Passando por penosos 5 anos de curso, que creio serem muito difíceis, acabando, teremos aquilo com que se compram melões?
Por pior previsão que eu possa fazer, uma coisa tem de ser certa: só lá chegando saberei, com toda a certeza.
E agora viramo-nos para o Governo: é a ele que apelamos. Ainda que se saiba que a intenção, talvez ponto de honra do Partido Socialista, é criar empregos, promover os jovens e colocá-los no lugar que interessa, há leis da vida contra as quais muito dificilmente podemos esgrimir argumentos: há cada vez mais pessoas, cada vez mais licenciados, cada vez menos procura.
Esta realidade terrível a que chamamos Mercado fala. Terá falado, ao longo do tempo, falará, quando acabar a minha formação académica.
Dessa oratória, quero ouvir, somente, uma expressão: Sê benvindo.

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terça-feira, maio 08, 2007

Vagos pensamentos




O voto...


Com a realização dos actos eleitorais que decorreram nas últimas semanas – em França, em Timor e na Madeira – e com as anunciadas eleições na Câmara Municipal de Lisboa, mais do que analisar os resultados dos mesmos (ou prevê-los, no caso da CML), urge analisar a realidade nuclear de todos os escrutínios: o voto.
O voto é um direito civíco, tradicioalmente reservado aos homens e/ou com carácter censitário, que foi “recentemente” alargado às mulheres.Mas, mais do que um direito, é um meio disponível para que o cidadão comum possa expressar a sua opinião relativamente à evolução das decisões políticas nos diversos níveis em que estas ocorrem. O caso português em matéria de voto não é, todavia, paradigmático. O Zé Povo afirma: “ o país está a afundar-se, ningém tem dinheiro e os políticos não fazem nada para alterar o estado das coisas.Votar? Ao Domingo? É um esforço enorme...”
Como consequência deste estado de espiríto do portugês médio, a taxa de abstenção nas legislativas, autárquicas e presidenciais aumenta progressivamente. Os referendos nem merecem ser referidos...são uma verdadeira forma de inutilidade....Não vivemos na Suiça...
Concluo, com base nestes argumentos , que mais do que fazer campanhas para cativar eleitores, é preciso explicar aos portugueses o valor e o simbolismo do acto de votar!!!

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segunda-feira, maio 07, 2007

Sentenças



O domingo de ontem mostrou-se um dia bastante escuro para a Esquerda.

Lá por fora, Nicolas Sarkozy venceu as eleições presidenciais em França, ultrapassando, na segunda volta, a candidata da Esquerda, Ségolène Royal.
O candidato conservador obteve mais de 53% dos votos.
Ségolène prometeu continuar do lado dos franceses e ficar "atenta" às políticas que irão ser tomadas pelo novo Presidente.
Apesar de tudo, creio que a derrota não terá sido assim tão amarga. Ségolène mostrou bom perder e Sarkozy mostrou respeito pela adversária política. Esperemos que consiga ajudar a solucionar a questão dos imigrantes, tal como prometeu, e que a sua eleição seja uma lufada de ar fresco na economia francesa que tem dado sinais de declínio.
Infelizmente, não foi possível virar a presidência da França à esquerda. Também não foi desta vez que, em França, uma mulher foi eleita, pela primeira vez, Presidente da República.

Por cá, Alberto João Jardim foi reeleito Presidente do Governo Regional da Madeira.
Que Jardim seria reeleito já todos sabíamos. A derrota pesa, isso sim, pela expressividade que atingiu. Veja-se que João Jardim obteve mais de 64% dos votos.
Pior, o PS (com Jacinto Serrão enquanto candidato) caiu 12% desde 2004. Há que tirar ilações destes números. Em primeiro, Jardim não obteve esta vitória (a sua segunda maior de sempre) com a "obra-feita" de que falou Marques Mendes. Terá então sido pelo descontentamento com a Lei das Finanças Regionais? Possivelmente. A Justiça e a Solidariedade nacional são pontos muito importantes quando são outros, que não nós, a serem Justos e Solidários.
Jardim terá sido ajudado pela forte, ilícita, agressiva e suja campanha que fez. Nada a que não estejamos habituados. Terá sido ajudado também pela fraqueza do PS em se afirmar positivamente naquela Ilha. E terá sido ajudado pela promulgação da Lei das Finanças Regionais (que prevê cortes orçamentais para a Madeira).

De qualquer forma, o PS já afirmou que não alterará uma vírgula à Lei das Finanças Regionais.
Por isso o eleitorado madeirense escolheu Jardim, mas não me importo. Se for esse o preço a pagar por um país mais fraterno, mais solidário, mais justo e com uma riqueza mais igual e mais distribuída, não me importo.
Afinal, o domingo até nem foi assim tão mau.

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sábado, maio 05, 2007

Jornal do NES Edição nº 9


Está já disponível em formato digital o Jornal do NES nº9 (por lapso designada na capa como nº 10), que inaugura o novo design do Jornal.

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Diz que é uma espécie de...

… Opinião. Após uma semana preenchida de novidades, assuntos não faltam para opinar.

A CML foi local de uma verdadeira traição política: Marques Mendes queria que Carmona saisse, este recusou-se. Com isto só Lisboa teria a perder, mas felizmente, para sorte de todos lisboetas, Carmona Rodrigues, ao que parece, não se manterá no cargo. Com este rebuliço são claras duas conclusões: a primeira que, mais uma vez, se comprova a falta de capacidade de liderança de Marques Mendes no PSD, partido que é, ou era, a principal força de oposição; a segunda que, se alguma coisa de positivo teve isto tudo para o PS, foi o condão de as pessoas se centrarem em assuntos de real interesse ao invés de precupações com graus académicos e a muito forte possibilidade do PS reconquistar em eleições intercalares a Câmara de Lisboa. Parece estar para breve o anúncio do nome do próximo candidato e estou curioso para ver quem será, num momento em que João Soares se mostra disponível para voltar a um lugar que já foi seu, e verificar se Carmona Rodrigues avança como independente.

Outra notícia curiosa foi a denúncia do candidato pelo PS na Madeira, Jacinto Serrão, da actual situação que se vive em período de campanha: no Domingo passado, Jacinto Serrão pediu a intervenção do Presidente para acabar com as "ilegalidades" e "violações grosseiras" que estão a acontecer na campanha eleitoral, dando como exemplos "agressões a dirigentes da oposição". Hoje uma camarada do PS na Madeira foi baleada! Será que até em Portugal será necessária a presença de forças da ONU para garantir o bom funcionamento do estado da democracia à semelhança de outros países, como Timor? E pensar que vivemos numa União Europeia e nos consideramos um país desenvolvido… mais uma vez se comprova que para isso ainda nos falta percorrer algum caminho.

Serei só eu ou parece que cada vez mais se vive num clima de maior violência em Portugal?Ainda hoje me deparo com uma uma notícia no JN de que um bando no Norte parece andar a disparar sobre pessoas inocentes e ao acaso, como se algum gozo disso retirassem, sendo que até balearam um miúdo de 14 anos apenas. Um estado crescente de violência que para mim não estará certamente dissociado de uma circunstância: o pouco apoio às forças de policia. Temos forças com falta de meios e os existentes estão ultrapassados, que quase pagam para exercer a profissão, esquadras sem condições, quadros que são em número insuficiente, pouca renumeração e pior, acima disto tudo, a falta de protecção destes que nos protegem: em Portugal um policia para se denfender tem que ser baleado para usar da sua arma. O que fariam vocês se: ganhassem 500 euros por mês, tivessem uma arma para se protegerem, que às tantas o mais provável era encravar, o facto de não se poderem defender perante um criminoso e se após saberem isto vos pedissem para manter a ordem e colocarem em risco a vossa vida em benefício de outros? Estariam agradados com a situação? Pois eu não estaria. E na minha óptica as nossas forças também não estão. Falta esperar por uma politica de mais protecção e maior confiança para as forças policiais, que só poderia resultar em mais segurança.

E fazendo parte o NES da Faculdade de Direito de Lisboa, uma palavra para as eleições decorrentes para a AAUL: sendo que para a direção a lista apresentada é única, a Lista U, para a Assembleia apresentam-se duas: a Lista Leges e a Lista A. Uma campanha mais tranquila do que para a AAFDL mas que se espera também tanto ou mais participada. Boa reflexão para Terça ou na Quarta votarem na Lista que pensam ser a melhor.

Nota final para a apresentação do novo Jornal do NES, motivo de orgulho para todos e, como bem se disse, mais um sinal de mudança para melhor neste que se mostra um grande núcleo da JS e que se relaciona muito bem com a mesma como se comprova pelas presenças descritas pelo camarada Pedro Silveira. Uma festa muito simpática que mais uma vez nos uniu.

PS: gostei muito da ideia da Sound Box do blog.

Cumprimentos,

Festa de lançamento do novo formato do Jornal do NES um sucesso!



Foi concerteza encorajador para o novo Director do Jornal do NES bem para como todos aqueles que colaboram e colaborarão com o Jornal verificar que muitas foram as pessoas que se deslocaram ao Bar PolitiKa (Bar da JS/FAUL) para assistir à apresentação pública do novo arranjo gráfico deste importante meio de comunicação de toda a Juventude Socialista.


A presença de variadíssimos dirigentes nacionais mas também de vários elementos da Concelhia de Lisboa e da JS/FAUL reflectiu uma vez mais as óptimas relações entre o NES/FDL e as estruturas em que se enquadra.


Começando por falar o Coordenador do NES/FDL, Fábio Raposo, seguiu-se-lhe o Coordenador da Concelhia de Lisboa, Diogo Leão, e o Presidente da JS/FAUL, Manuel Lage. Por fim, Tiago Gonçalves, novo Director do Jornal do NES apresentou em linhas gerais o novo formato.


Seguiu-se uma animada festa.



Aviso

O Blog do NES-FDL mudou no dia 2 de Maio para o actual endereço, deixando inactivo o antigo ( www.nucleosocialista-fdl.blogspot.com). Tal deve-se unicamente à maior facilidade de memorização e de pesquisa em motores de busca do novo endereço, já que o conteúdo permaneceu o mesmo.

Apaguem o antigo e divulguem o novo!

sexta-feira, maio 04, 2007

Os pontos nos "ii"




Um crachá no verdadeiro sentido do termo...



Andei meses a hesitar sobre se devia ou não escrever sobre isto. Hoje decidi dar o grito do Ipiranga! Alguém disse que não há pior censura do que a auto-censura…

Talvez já tenham reparado, ao passear pelos corredores da nossa Faculdade, que uma colega exibe todos os dias um ostensivo crachá que tem escrito em letras garrafais “Eu sou heterossexual”. Da primeira vez que me cruzei com ela tive de voltar atrás e refazer os meus passos para me certificar de que não estava a alucinar… E não estava mesmo. Nem dessa vez nem de todas as outras vezes que a vi.

Ora bem. Quando me apercebi de que aquilo era um hábito quotidiano da colega, e ultrapassada a minha perplexidade inicial, resolvi perguntar-lhe o porquê do adorno. Seguiu-se um grande (e oco) discurso sobre a liberdade de expressão, os direitos fundamentais aos saltos e os direitos fundamentais aos pinotes…

Aquilo fez-me imediatamente lembrar os cartoons de Maomé, que tanta polémica geraram. Parece que na altura ninguém percebeu (ou ninguém quis perceber) o sentido das declarações do Prof. Freitas do Amaral. Mas ele era tão simples quanto isto: a liberdade de expressão, como qualquer outro direito fundamental, não é um direito absoluto – está limitado pelo princípio da proporcionalidade, nas suas três vertentes. Releva particularmente neste ponto a vertente de necessidade ou de proibição do excesso.

Creio que também neste caso do crachá há um claro excesso. Não me parece que haja grande necessidade de nos esfregar na cara, todos os dias e a todas as horas, a sua orientação sexual… E a este propósito, parece-me sugestiva a origem da palavra crachá. Ela vem do francês crachat, que significa à letra “escarro”. Passou a ter também o sentido de emblema ou insígnia aquando da Revolução Francesa, pela mão dos sans-culottes, como forma depreciativa de designar o distintivo dos militares do Antigo Regime. Parece-me, pois, verdadeiramente apropriado que a dita mensagem se encontre inscrita num crachá... Porque é isso mesmo que a colega faz todos os dias: escarrar-nos na cara a sua orientação sexual!

Mas mais do que por ser um atentado ao meu direito de estar sossegada no meu canto, na mais completa ignorância acerca da orientação sexual da colega, aquele crachá enerva-me porque é uma forma velada de homofobia. Traz ínsita a ideia perniciosa de que os homossexuais “estão a tomar conta disto tudo”, qual praga, e de que é necessário que os heterossexuais se unam contra uma ameaça à sociedade tal como a conhecemos. Aquele crachá é quase uma diatribe: “Heterossexuais de todos os países, uni-vos!”. Ao menos o colega da Iuris Graphia, honra lhe seja feita, expressou toda a sua homofobia directamente, sem rodeios…

Um dia hei-de voltar a conversar com ela sobre isto. Sobre o art. 13º CRP e sobre aquilo que julgo ser a inconstitucionalidade da proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo. E hei-de dizer-lhe também que se o mundo tal como o conhecemos que ela julga ameaçado é este estado de coisas em que os homossexuais são tratados como cidadãos de segunda, então, no que depender de mim e de outros como eu, camaradas, esse mundo está mesmo muito seriamente ameaçado!

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quinta-feira, maio 03, 2007

Política e Pulítica



- Estão já em curso dois ciclos eleitorais que muito nos devem dizer, enquanto jovens socialistas. O primeiro são as eleições presidenciais em frança, onde o PS francês possui uma candidata à altura dos grandes socialistas europeus das últimas décadas. O segundo são as eleições Regionais da Madeira, onde apesar de Alberto João parecer mais uma vez estar eleito à partida, Jacinto Serrão tem feito um trabalho notável e atingido resultados históricos.

- Mas começará em breve um ciclo eleitoral que dirá muito ao NES/FDL: as eleições autárquicas intercalares da Câmara Municipal de Lisboa. Nem todos os membros do NES/FDL serão de Lisboa, mas a verdade é que vivem (pelo menos grande parte do dia) e trabalham nesta cidade, as medidas tomadas pelo executivo camarário dizem-lhes, por isso, directamente respeito porque sofrerão/usufruirão das consequências. Isto já para não falar da inserção do NES/FDL no seio da Concelhia e da Federação de Lisboa da Juventude Socialista...

- Como a evolução é composta de mudança, o Jornal do NES promete mudar para melhor. A apresentação do novo design terá lugar, como sabem, no bar Politika já amanhã. Uma oportunidade de se juntar a família NES e comemorar mais um passo em frente na vida deste grande núcleo.

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quarta-feira, maio 02, 2007

Cadetísmos




Nada de mais


Chegado à Quarta-Feira, eis que não tenho nada de significante a dizer.

- Há pouco o líder do PSD disse que queria eleições intercalares;

- O Primeiro de Maio ainda está fresco;

- A Campanha em França continua;

- Estão aí as eleições para a Associção Académica da Universidade de Lisboa;

- Os exames batem à porta

Assim, em 5 linhas, está descrito tudo.

O que me preocupa é não haver notícias que possam rejubilar o leitor. As políticas andam pela hora da morte; a economia, seja lá o que isso for, não ata nem desata; os governantes não suscitam confiança.

Há dias assim. Numa quarta-feira totalmente banal, um post totalmente banal

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Festa de lançamento do novo formato do Jornal do NES


terça-feira, maio 01, 2007

Vagos pensamentos




Desigualdades...


Estava eu a assistir ao jogo Liverpol-Chelsea para a Liga dos Campeões quando me recordei de um artigo que tinha lido sobre os salários milionários dos jogadores do Chelsea, onde eram referidos valores astronómicos. Todavia, a regra não é essa, e a maioria das pessoas só ganha o suficiente para comprar os bens considerados essenciais e pouco mais. Nos países subdesenvolvidos, a desigualdade na distribuição de riqueza é ainda mais gritante, pois a maioria das pessoas vive em condições miseráveis quando, em contrapartida, uma minoria vive ostentando luxo. Será esta desigualdade inultrapassável? Será correcto e necessário corrigi-la?Qual o papel dos políticos nesta correcção? Estas são algumas das questões sobre as quais é preciso ponderar.


Se, por um lado, o princípio da igualdade conduz à necessidade de esbater as diferenças existentes, por outro lado a intervenção do Estado nesta matéria pode ser nefasta e conduzir à subsídio-depedência. No entanto, como forma de refutar este argumento pode afirmar-se que é imperativo conceder às pessoas um nível de vida compatível com a dignidade humana.
Por mim, apesar de considerar que cada um deve ser remunerado de acordo com o seu mérito e que mesmo com condições iguais no ponto de partida o rendimento que cada um tira de determinada situação difere de individuo para individuo, penso que deve haver um minímo acessível a todos e que deve ser o Estado a assegura-lo. Também deve ser revista a forma como os países desenvolvidos apoiam os países subdesenvolvidos. Um tema para reflexão do poder político...

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Dia do Trabalhador



Hoje, dia 1 de Maio, celebra-se o dia do trabalhador.
A data tem como origem a manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago que teve lugar a 1 de Maio de 1886. Essa manifestação tinha como maior reivindicação a redução do horário laboral para 8 horas diárias, tendo tido uma participação de centenas de milhares de pessoas.
Três anos depois, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago.
A 1 de Maio de 1891, uma manifestação no norte de França é dispersada violentamente pela polícia, tendo como resultado a morte de dez manifestantes. Este episódio serviu para reforçar o dia como dia de luta de todos os trabalhadores.
A 23 de Abril de 1919, o senado francês ratifica as 8 horas de trabalho diário e proclama o dia 1 de Maio desse ano como feriado. Em 1920, a Rússia adopta o 1º de Maio como feriado nacional, tendo sido seguida por vários outros países.

Após esta pequena introdução histórica, cabe pensar em que é que o dia do trabalhador representa, hoje, em Portugal.
Primeiramente representa um feriado. E isso, para quase todas as pessoas, já é sinónimo de alegria e agradecimento àqueles que morreram em França. Assim, essas pessoas não morreram em vão porque, passado um século, há outras que podem descansar.


Depois, há aquelas pessoas para quem este dia representa uma oportunidade. É o caso dos sindicatos, sindicalistas, extremo-esquerdistas, interesseiros, parasitas, anti-governo, entre outros. Todos aqueles que só necessitam de um pretexto para se manifestarem, ainda que os motivos sejam sempre distintos.

Existem ainda aquelas pessoas para quem o 1º de Maio representa a conquista de direitos fundamentais dos trabalhadores e a certeza que foi graças às pessoas que um dia lutaram e ainda hoje continuam a lutar, que é possível que tenham condições de trabalho minimamente condignas.

Finalmente, existem aquelas pessoas para quem o dia do trabalhador não significa rigorosamente nada.
E não significa nada talvez porque estejam demasiado ocupados nas suas poltronas de pele a fumar umas cigarrilhas e a coçar a barriga com uma mão, enquanto com a outra seguram um copo de conhaque.
Ou não significa nada talvez porque não têm trabalho. E se o dia é do trabalhador, não lhes diz respeito. Nem sequer adianta ser feriado. Para estas pessoas, os feriados são todos os dias.