quarta-feira, maio 09, 2007

Cadetísmos



Crenças


Na verdade, todos acreditamos em qualquer coisa.
Eu acredito que qualquer dia isto muda.

Chegados a este ponto, os jovens da minha idade, do meu curso, pensam o seguinte: daqui por 3 anos, como é que isto vai ser?
Os velhos dizem que isto não tem hipótese. Dirão, também, que o 4º ano de escolaridade antigo batia o actual aos pontos. Porventura, acrescentarão que o mundo está perdido.
Recue-se umas gerações, os nossos pais, por exemplo. De uma geração pós-25 de Abril, os empregos de excelência seriam os do Estado, com futuro garantido, aquela almofada essencial para se dormir à noite. A sociedade assistiu a uma série de mudanças: governo, políticas, sociais, económicas, tantas, tantas...O maior feito terá sido serem mais ricos que os seus pais.
Modo geral, tal tem acontecido. Com o caminhar da história, os filhos dos filhos dos filhos dos filhos têm conseguido superar a prévia geração. Tem-se gerado riqueza e progresso, com o progresso da eras.
Mas, então e eu? E o Silveira? O Fábio? O Gomes? Um Zé? Uma Maria? Para nós, haverá alguma coisa?
Passando por penosos 5 anos de curso, que creio serem muito difíceis, acabando, teremos aquilo com que se compram melões?
Por pior previsão que eu possa fazer, uma coisa tem de ser certa: só lá chegando saberei, com toda a certeza.
E agora viramo-nos para o Governo: é a ele que apelamos. Ainda que se saiba que a intenção, talvez ponto de honra do Partido Socialista, é criar empregos, promover os jovens e colocá-los no lugar que interessa, há leis da vida contra as quais muito dificilmente podemos esgrimir argumentos: há cada vez mais pessoas, cada vez mais licenciados, cada vez menos procura.
Esta realidade terrível a que chamamos Mercado fala. Terá falado, ao longo do tempo, falará, quando acabar a minha formação académica.
Dessa oratória, quero ouvir, somente, uma expressão: Sê benvindo.

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1 Comments:

à s 10 de maio de 2007 às 13:30, Blogger Fábio Gomes Raposo escreveu...

Grande post!

Essencialmente creio que será importante investir na formação. Há vários sectores em que existe falta de mão-de-obra e não falo apenas dos baldes de massa.
Vi há tempos uma reportagem em que se mostrava que algumas empresas na área de Guimarães tinham dificuldade em encontrar empregados. Uma era da área dos tecidos/costura e a outra na área de electricidade/material eléctrico, se não estou em erro.

É necessário investir, cada vez mais, em cursos profissionais. Quantos alunos, chegados ao 9º ou 12º ano, não sabem por onde optar? Com um curso técnico que satisfizesse os seus gostos, com certeza que ficariam a ganhar.

Claro que para isso será necessário investir. Mais do que isso, será necessário credibilizar estes cursos técnicos. Porquê? Porque para ter trabalho será necessário saber. E estes cursos transformam leigos em profissionais muito bem qualificados, não só para trabalhar em Portugal, como por essa Europa fora.

 

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