quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Política e Pulítica


Numa coisa concerteza todos concordaremos: há política e poluição política. Chamemos a esta última pulítica. Teremos então conceitos diametralmente opostos. Óptimo! Para percebermos muitas das vezes qual é o âmago da questão é necessário provar açucar e sal, ainda que uma situação intermédia seja sempre a melhor. Mas essa será posterior, será a escolha (consciente)...

O que podem esperar deste espaço é uma crónica incisiva, objectiva e clara. Não vos prometo nada mais, apenas um maior desprendimento do discurso politicamente correcto de qualquer político, e sem as metáforas e outras técnicas linguísticas dos comentadores políticos. Vários temas, curtas análises...

- Carmona Rodrigues, Presidente da Câmara de Lisboa, é o que se pode chamar de um tecnocrata. Não gosto de tecnocratas. Lembro-me de pessoas competentes mas que não servem para altos cargos públicos. Lembro-me logo de Luís Campos e Cunha (ex-Ministro das Finanças) e de Manuel Pinho. Cavaco é uma feliz excepção.

- O que está realmente em causa no debate do Referendo não é quando começa ou não começa a vida mas também não é o da extinção (ou mesmo grande combate) do aborto clandestino. O que está em causa é se uma mulher que quer optar por ter um filho até as 10 semanas com cuidados de saúde assegurados deve ou não ser sujeita a prisão. A questão é saber até que ponto a desejabilidade de um filho é importante ou não para uma determinada sociedade.

- Marques Mendes esteve muito bem ao ser um dos primeiros a propor que, caso ganhe o Não, na Assembleia da República se chegue a consenso quanto à não condenação das mulheres. Politicamente foi brihante. Mas Sócrates jogou na mesma moeda e afirmou não mudar nada se ganhar o Não. Até aqui tudo bem. O que Marques Mendes não pode vir fazer é acusar o Primeiro-Ministro de jogar sujo...

- Não gosto de Hugo Chávez. E sinto revolta quando ele apelida o seu regime de socialista. É assim tão dificil perceber que não se podem aplicar modelos político-económicos históricos a momentos modernos?

- Al Gore está bem posicionado para ser o próximo Nobel da Paz. Não sei se isto é bom ou mau: não sei se há tão poucas guerras que não haja pacificadores como antigamente; ou se simplesmente há pulítica demais em Oslo.

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2 Comments:

à s 9 de fevereiro de 2007 às 23:03, Blogger RICARDO PITA escreveu...

no referendo mais do que a penalização ou não das mulheres/a defesa ou não da vida está por exemplo em causa um importante factor de sustentabilidade da segurança social pelo aumento da taxa de natalidade(são precisos 2.1 filhos por cada casal para assegurar a renovação geracional)para assegurar o equilibrio intergeracional ; o encerramento de serviços públicos no interior, como sejam escolas ou hospitais pela falta de utentes, devido à baixa natalidade associada à migração para o litoral.para evitar que as descritas situações se tornem uma realidade é preciso votar NÃO no domingo

 
à s 10 de fevereiro de 2007 às 12:58, Blogger PedroSilveira escreveu...

Caro Ricardo,

o argumento da natalidade, tão apregoado por Ribeiro e castro durante a campaha eleitoral já finda, é provavelmente o pior de todos os argumentos.

Será o nascimento de uma criança um mero acto biológico, um acontecimento meramente científico-clínico? Ou deverá antes existir um laço de desejabilidade e afecto entre a mãe e a (futura) criança?Se tomares aprimeira perspectiva terás de retirar dela duas consequências:

- pela tua tomada de consciência pessoal OBRIGAS as mulheres com pensamentos diferentes a ter filhos indesejados, cortas o laço de desejabilidade que permite a todos (espero) ter a certeza que nascimento não é mais que um acto biológico.

- usas a mulher como meio ao serviço do Estado. A mulher passará então a ser um instrumento ao serviço das políticas económico-natalista do Estado. Nem era necessário ir buscar Kant para perceber o quão isso é inimaginável!

 

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