Dignidade...
Mais um referendo se passou, e do meu ponto de vista o resultado e tudo o que estava em causa reduz-se a uma simples palavra "Dignidade". Dignidade da mulher, dignidade da sociedade, dignidade da democracia e dignidade de um resultado que não poderia ser mais justo. É de enaltecer que os portugueses tenham conseguido afastar as pressões a que tiveram sujeitos (grupos apoiantes do Não que eram mais do dobro dos do Sim, estruturas da igreja católica e o espectro político da Direita) por parte de inumeras forças, com discursos demagogicos e erráticos; É pois um sinal de maturidade politica, mas acima de tudo de maturidade civica. Agora é preciso fazer uma Lei que vá de acordo a tudo que se tem vindo a defender, mas que nunca mais volte a esquecer que a Mulher tem a sua dignidade, o seu direito à saúde e uma vida condigna com a sua situação, que por estranho que pareça só ao fim de mais de 30 anos de democracia foi possível alcançar, algo que deveria merecer uma séria reflexão.
Três Notas breves finais não podem deixar dadas:
A primeira vai para a atitude anti-democratica de pelo menos um paroco, que violando a Lei da CNE, fez apelo ao voto no dia da votação, ao qual caberá perguntar se o poder politico não agirá, nem que seja repugnando tal atitude;
A Segunda para o artigo de opinião do Jornalista Luis Delgado, que desprovido de qualquer fundamento sério, pretende colocar em causa a legitimidade politica que a votação expressiva deu para que este governo altere a lei que criminaliza o aborto;
Por fim, salientar que mais uma vez os portugueses preferiram ficar em casa a ir votar, não exercendo o seu dever civico, mas neste caso muito mais grave porque estava em causa a possibilidade de se efectivar a democracia directa, o que deverá merecer uma reflexão muito profunda, ainda mais quando muita vezes o poder politico é criticado por afastar o poder das pessoas, criando uma "sociedade privada", mas no entando quando todos têm a possibilidade de decidir, decidem denegar as suas responsabilidades, deveres e direitos. É pois necessário mais que nunca promover a participação politica e em especial a participação nas eleições, e diga-se que não é com campanhas de apelo à participação nas eleições a um mês da sua realização que se mobilizam os cidadãos, entendo que há mais de 10 anos se deveria ter iniciado uma campanha continua neste sentido, pois acima de tudo está-se a proteger o regime democrático que só funciona correctamente com a participação de todos. Temo que este tema volte a ser esquecido e que as pessoas só se lembrem de novo quando tivermos perante uma eleição, e em especial perante um referendo, por isso cabe-nos não deixar cair o assunto no esquecimento.
Três Notas breves finais não podem deixar dadas:
A primeira vai para a atitude anti-democratica de pelo menos um paroco, que violando a Lei da CNE, fez apelo ao voto no dia da votação, ao qual caberá perguntar se o poder politico não agirá, nem que seja repugnando tal atitude;
A Segunda para o artigo de opinião do Jornalista Luis Delgado, que desprovido de qualquer fundamento sério, pretende colocar em causa a legitimidade politica que a votação expressiva deu para que este governo altere a lei que criminaliza o aborto;
Por fim, salientar que mais uma vez os portugueses preferiram ficar em casa a ir votar, não exercendo o seu dever civico, mas neste caso muito mais grave porque estava em causa a possibilidade de se efectivar a democracia directa, o que deverá merecer uma reflexão muito profunda, ainda mais quando muita vezes o poder politico é criticado por afastar o poder das pessoas, criando uma "sociedade privada", mas no entando quando todos têm a possibilidade de decidir, decidem denegar as suas responsabilidades, deveres e direitos. É pois necessário mais que nunca promover a participação politica e em especial a participação nas eleições, e diga-se que não é com campanhas de apelo à participação nas eleições a um mês da sua realização que se mobilizam os cidadãos, entendo que há mais de 10 anos se deveria ter iniciado uma campanha continua neste sentido, pois acima de tudo está-se a proteger o regime democrático que só funciona correctamente com a participação de todos. Temo que este tema volte a ser esquecido e que as pessoas só se lembrem de novo quando tivermos perante uma eleição, e em especial perante um referendo, por isso cabe-nos não deixar cair o assunto no esquecimento.
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