quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Cadetísmos



Aspectos


É raro lermos, ou ouvirmos falar da postura de José Sócrates, nos debates no plenário.
A meu ver, é excepcional.
Dos dois anos, que agora se completam, o actual P.M, eleito pelos Portugueses, que lhe deram uma maioria absoluta, pertence aos quadros do P.S e, deixem-me que o diga, muito me agrada.
Directo, sem rodeios, diz o que tem a dizer, é bastante claro, preciso e muito incisivo.
Tomemos o debate de hoje, como um bom exemplo. Tratou-se da segurança interna. Como lhe competia, a oposição tentou desviar o assunto para o lado que mais lhe convinha. Não é que a conduta seja condenável, longe disso. Facto é que se deram muito mal. Para Marques Mendes, diga-se, a tarde de hoje deve ter sido particularmente dificil. Depois de ter ouvido que "anda a reboque" das mainfestações populares, depois de ter sido "encaixado" numa brincadeira retórica, a lembrar sketches do Gato Fedorento, o líder laranja ouviu, talvez da pessoa que menos esperava, acusações certeiras, acutilantes, que constataram uma realidade demasiado dura. Interessante é que tenha sido Sócrates a abrir o livro.
De resto, já Miguel Sousa Tavares diz que a única personalidade que consegue fazer frente ao P.M é Francisco Louçã. Merece a minha concordância. O deputado do grupo parlamentar do B.E tem um historial académico bastante honroso. É dono de uma inteligência impar. Naturalmente, sendo de extrema-esquerda, terá de ouvir as críticas menos simpáticas de todos os quadrantes da sociedade. Mas a sua area política também é uma plataforma firme de oposição ás mais recentes medidas tomadas pelo executivo. De resto, acabou por aí.
Desde que tomou as rédeas do destino do país, ninguém se pode atrever a dizer que Sócrates perdeu, verdadeiramente, o estado de graça, tão comumente usado pelos jornalistas. As sondagens o provam, a oposição o prova. O "Zé" na rua o diz.
Mas isto será até quando?
Uma legislatura será pouco?
Duas serão demais?

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