terça-feira, março 20, 2007

Sentenças




Passando uma breve vista de olhos pelas notícias políticas no site on-line do correio da manhã, destacam-se estas 4 em 5:
-“Santana acusado (pelo Presidente da distrital do PSD/Porto, Agostinho Branquinho) de prejudicar credibilidade”:
- Através do seu líder, o “PSD acusou Mário Lino de faltar à verdade”;
- “Ribeiro e Castro acusa Portas de mentir”;
- “Marcelo Critica Valentim Loureiro”.

A outra notícia era sobre a disponibilidade de Santana Lopes se candidatar à liderança do PSD.
Consciente da parcialidade e do sensacionalismo do jornal em questão, será inegável a veracidade destas notícias. Inocentemente, ou não, comecei a pensar o que é que estas notícias têm em comum. Tudo.
Em primeiro lugar retratam, de uma forma geral, a forma de fazer política no nosso país. A política da mentira, da falta de ideias, da chantagem, da obscuridade, da manipulação, do aleive e da calúnia. São esses senhores que perdem. Pior, é Portugal que fica a perder com políticos assim. Só vem traduzir a falta de oposição ao Governo que existe neste momento. É pena.
Gosto de política. Gosto de debater ideias, mostrar os meus pontos de vista, ser contraposto com outros e mudar a minha posição. Gosto dos valores e dos ideiais inerentes à política. Gosto de ouvir políticos a defender as suas opiniões. A política é, e deve ser, um espaço que visa o bem comum, independentemente das convicções de cada um. Quando essa finalidade não é sequer tentada, chega-se aos meandros podres da política. É esse tipo de política que não gosto, dispenso, e me faz mudar o canal de televisão. É esse tipo de política o factor comum das notícias que referi.
Em segundo lugar, essas notícias fazem pensar numa outra situação, não dissociada da anterior. Fala-se nos regressos de Santana Lopes e de Paulo Portas.
Estes dois regressos à vida activa dos maiores partidos da oposição de Direita, só vêm mostrar a falta de capacidade da Direita em se auto-regenerar e de trazer para os mais altos quadrantes políticos novas pessoas e novas ideias. Neste momento, em Portugal, parece ponto assente que qualquer político com alguma relevância nacional, após algum tempo de afastamento, volte à vida política como que se de um D. Sebastião se tratasse. Já aconteceu recentemente com Cavaco e com Soares. Irá acontecer com Rebelo de Sousa. E já está a acontecer com Santana e com Portas.
Vindo da esquerda, com um olhar de soslaio e um sorriso nos lábios, o meu aplauso.

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1 Comments:

à s 22 de março de 2007 às 18:55, Blogger Fábio Gomes Raposo escreveu...

Acho que se nota perfeitamente quer nas transcrições, quer no post em si (ex: falta de oposição ao Governo ), quem serão os melhores representantes dessa forma de fazer política.

Um bem haja.

 

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