quarta-feira, março 14, 2007

Cadetísmos



Uma Realidade que Nos é Próxima


Quem acaba de ler isto não pode ficar contente com o país que tem.
Eu sei que não fico.
Estou em Direito, vim do "antigo" 4º agrupamento, humanidades, e a minha relação com os números, tendo os seus altos e baixos, nunca sendo estável, sobretudo, porque a primeira comparação/contradição que nos era apresentada baseava-se numa eterna batalha entre pessoas e os ditos cujos. Preferindo, como sempre, os humanos, era-me, é-me, complicado ver um 23 ou um 678 em vez de um Zé ou de uma Maria. Mais aguda fica a reacção (que é quase alérgica!) quando sei que atrás de um mero 14 estão centenas de almas que um dia quiseram estudar e seguir uma vida de sabedoria que iriam colocar ao dispor de toda uma comunidade.
Mas, como em quase tudo na vida, há uma causa e um efeito. Para além do notório escândalo que é a noticia, pensar que se vive num país assim é pouco pior que deprimente. Com Constituição, com leis, com algum desenvolvimento...para quê?
Haverá duas manifestações, ao que se leu:
-Uma terá, necessariamente, de ser de jubilo. Pouco depois do frustrado ideal "Abrilesco", caiu-se, uma vez mais, na "elitização" e cavou-se um fosso, brutal, que pudesse separar classes. Para os obreiros dessa estranha forma de vida, vai haver palmas, muitas palmas. É que educação e Direita têm pouco ou nada a ver.
-Outro, é o meu. Não querendo cair no reino dos passarinhos a chilrear, desde pequeno que gostaria de viver numa sociedade igual, justa e onde houvesse liberdade de escolher o que viver e o fazer no futuro.
Machadada grande esta...
No dia em que se responder ao "porquê" disto tudo, eu já não estarei a escrever para blogues.

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1 Comments:

à s 20 de março de 2007 às 01:37, Blogger Fábio Gomes Raposo escreveu...

Quando o valor máximo das propinas subiu escandalosamente no início deste século, foi prometido que "nenhum aluno deixaria de estudar por falta de condições financeiras".
Pois bem. Conheço, pessoalmente, quem tenha deixado de estudar no final do 12º ano porque não tinha condições para estudar na universidade. Era alguém com muito valor, cujo único mal foi ter nascido numa família modesta e num bairro problemático da margem sul.

 

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