quarta-feira, outubro 10, 2007

Cadetísmos


E cuidado com a língua....



Não sei se é do domínio público ou não, mas consta que, nas vésperas de uma manifestação organizada por determinado sindicato, elementos da Polícia dirigiram-se à sede da dita organização, pediram documentos, examinaram panfletos e terminaram tudo com um assertivo "e cuidado com a língua"
Como é de esperar, meio mundo está indignado. À vista desarmada, parece um exercício típico de intimidação, a lembrar tempos muito pouco saudosos.
Como este blog pertence ao núcleo da JS na FDL, acho que ninguém me levará a mal que peça mais a este governo que ajudei a eleger.
Quero inquéritos. Quero provas inequívocas de que a manobra polícias era, efectivamente, de rotina. Quero que todos se expliquem. Acima de tudo, é profundo desejo, e penso que falo de todos, que nunca mais se repita semelhante acto.

Mas esta polémica toda levanta uma questão antiga: a antiga rivalidade entre PCP e PS.
Tradicionalmente, até mesmo historicamente, o PC tem uma faceta de resistente, de lutador contra qualquer desigualdade social e atropelo à dignidade humana. Irrepreensível. O PS teve um papel "Europeu", nomeadamente na integração do País naquilo que seria a C.E.E.
O país deve muito a ambos os partidos.
Facto é que, apesar de tudo, nunca se superaram disputas pelo poder. Disputas perdidas umas vezes, ganhas noutras, com um resultado final claramente socialista.
Hoje, lembram-se as palavras do P.M quando liga aos comunistas aos actos de manifestação contra si. Volta-se a trazer lume a chama social e lutadora do PC, no seu pior sentido, porém com um pormenor: não há nada para realçar. O nome do partido serve apenas como bode espiatório. Como agente sem o ser, como agitador sem agitar.
Como administração de luxo que é este governo, é lamentável e de evitar criar atritos com outras forças de esquerda. O Governo sabe que as manifestações são actos próprios de uma democracia madura. Como o sabe, não se vê o porquê de atribuir uma autoria partidária a actos apartidários.
Seria triste para o país que uma eventual queda nas intenções de voto tivesse por base estas atitudes evitáveis.

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