quarta-feira, outubro 17, 2007

Cadetísmos



Orçamentologia


Surge, como manda a lei, a proposta de orçamento de Estado.
Passo a parte das considerações técnicas, pelo especial motivo de não ter (ainda) lido a dita. Interessa, nesta altura, centrar atenções no que é essencial e o que é acessório.
Explique-se.
Há inúmeros elementos a carecer de análise. O primeiro deles é o anuncio do P.M sobre o défice: histórico. É o mais baixo valor, desde o 25 de Abril. Não é por ser membro de uma Juventude Partidária que devo escamotear a minha felicidade pelo objectivo atingido. Não é tudo, mas é significativo. Não é um melhor nível de vida, mas é um começo. É sinal de trabalho, mostra-se serviço.
Por outro lado, a política fiscal. Aumenta-se, e bem, o imposto sobre o tabaco e mantém-se o ISP. Ninguém questiona. Problemas: o aumento da tributação sobre reformados que aufiram um rendimento anual de 6100 Euros. É um pecado capital. O Orçamento, que caminha bem com as preocupações sociais ao seu lado, dá o flanco à oposição, pelo que as críticas serão todas fundadas e justas. É socialmente errado tributar reformas. Moralmente é também reprovável. Há que existir uma sensibilidade a pontos cirúrgicos como são estes.
No meio de tudo, há um nome que deve ser louvado: Teixeira dos Santos. Não desiludiu. Luta, com eficácia, contra o descalabro nas contas públicas. Tenta impôr um rigor de que ninguém já se lembrava neste sector administrativo. Lembro-me sempre de personagens, verdadeiras vedetas da economia e Finanças, como Ferreira Leite e Pina Moura, de governos diferentes, que apresentavam curricula de grande envergadura, mas que prestaram um péssimo serviço ao país. Teixeira dos Santos, um desconhecido da maioria, fez-se notar, pelo empenho e pelos resultados.
Tudo visto e considerado, o orçamento é bom, é positivo. Passa uma mensagem de alguma esperança, de transição mesmo: quer-se abandonar a crise. A crise começa a ser abandonada.

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